terça-feira, 28 de abril de 2020

Os bons companheiros

"Goodfellas", de Martin Scorsese (1990) A única pergunta que me vem à mente quando acaba o filme é: Porquê a carreira de Ray Liotta não explodiu após esse filme? Presença constante em qualquer lista de melhor filme de todos tempos, "Os bons companheiros" é adaptado do livro de Nicholas Pileggi publicado em 1985, 'Wiseguys". O filme concorreu no Festival de Veneza em 1990, de onde saiu com o Leão de Ouro de melhor Diretor. Indicado a 6 Oscars venceu o de melhor ator coadjuvante para Joe Pesci, no papel do irascível Tommy. O filme é baseado na história real do gangster Henry Hill (Ray Liotta), em um período que cobre a sua vida de 1955 a 1980. (Obs: Henry faleceu em 2012). Desde criança, Henry sempre teve verdadeiro fascínio pela vida dos gangsters: o glamour. o luxo, o poder. O filme apresenta sua ascenção e derrocada no mundo do crime, as mulheres, os assassinatos, as drogas, as amizades, as traições e no final, o apoio ao Fbi, de quem se tornou delator, entregando seus amigos James (Robert de Niro) e Paul (Paul Sorvino). O filme é um primor em todo lado que você apontar: da performance irretocável de todo o elenco, que vai dos veteranos de Niro, Sorvino, Pesci, aos estreantes que brigam pau a pau com a atenção das cenas: Ray Liotta, carismático, e Lorraine Bracco, como a tempestuosa e bipolar esposa de Henry, Karen, antológica no papel. Mesma coisa o elenco de apoio, principalmente as atrizes que interpretam as mães de Tommy e de Karen, que fantásticas! Uma mãe judia, a outra mãe italiana. A fotografia do Mestre alemão Michael Balhhaus também é arrebatadora, trazendo elementos classudos dos filmes de gangsters ao olhar épico dos anos 50 aos 80, variando a tonalidade para cada década. É do filme o famoso plano-sequência que vem da rua, desce a escadaria do restaurante, invade a cozinha e termina no salão da Boite Copacabana, em uma marcação genial de câmera e pessoas. E finalizando, o roteiro, dissecando vidas expostas em altos e baixos, com marcas de sangue carimbando cada vibração. A fiel parceira de trabalho de Scorsese, Thelma Schoonmaker, dá um show de montagem, só para variar.

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