sábado, 4 de abril de 2020

Lazy Susan

"Lazy Susan", de Nick Peet (2020) Projeto pessoal do ator Sean Hayes, da série "Will and Grace", que aqui co-escreveu e produziu essa comédia dramática sobre Susan (Hayes), uma mulher trans na faixa dos 40 anos, moradora de Wisconsin, uma cidade conservadora e provinciana. Susan está desempregada, solitária e não se dá com sua família. Ela acorda tarde todo dia, recorta revistas roubadas dos vizinhos as fotos de produtos de consumo que ela ama mas não pode pagar. Sem dinheiro, Susan às vezes recorre à sua mãe, que vive lhe cobrando um emprego. O irmão de Susan, um médico, também lhe faz cobranças. Mas SuSan não está feliz; ela está deprimida, e isso lhe rouba as energias. Parece loucura em pleno ano de 2020, do politicamente correto e do lugar da fala, um Ator cis interpretar uma mulher trans. Essa é a eterna discussão sobre o papel do ator nos dias de hoje. Sean é gay assumido, casado com um homem, mas segundo várias críticas, não poderia interpretar a trans. Só para registo, Sean está excelente como Susan: ela definitivamente não é uma personagem por quem nos apaixonemos, e isso é o barato do filme. Como sintor carisma por uma personagem tão agressiva e mal humorada? Sean tem a sutileza de interpretar pequenos momentos de vivacidade de Susan, seja ela cantando, ou sentindo desprezo por alguém, que a torna tão real, tão próxima de nós. O filme balanceia pro humor inteligente e pro drama, sem concessões para agradar uma plateía. É um filme com visual meio John Waters, com figurinos e maquiagem de filmes trash, mas bem divertidos. Esse olhar debochado, e as performances de todo o elenco ( participações especiais de Allison Janney , como a gerente do Kmart, e Matthew Broderick, como o senhorio do aluguel) fazem valer assistir a essa delícia independente.

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