sexta-feira, 24 de abril de 2020

La Belle Époque

"La Belle Époque", de Nicolas Bedos (2019) Grande sucesso entre a crítica francesa durante a sua exibição no Festival de Cannes 2019, fora de competição, "La Belle Époque" é uma espécie de "O Show de Truman" na comédia romântica, protagonizada por 3 ícones do cinema francês, Daniel Auteuil, Fanny Ardant e Guillaume Canet, além da grande sensação de "Sr e Sra Adelman", Doria Tillier. "Sr e Sra Adelman" foi lançado em 2017 e fez muito sucesso de crítica e público, lançando o nome do roteirista e diretor Nicolas Bedos, que em "La Belle Époque" lança seu segundo projeto, ainda mais ousado e criativo. Ambos os filmes têm em comum um amor incondicional que percorre décadas, e tenta resistir ao tédio e ao envelhecimento psicológico e físico. Victor (Auteuil) é um desenhista desempregado, que odeia modernidades e se recusa a desenhar usando programas de computador. Victor foi um famoso desenhista de cartoons infantis, mas se tornou uma pessoa amarga. Seu filho, editor de uma revista, tenta a todo custo empregá-lo na revista, mas o pai recusa. A esposa de Victor, Marianne (Ardant) é uma psicóloga que já perdeu as esperanças de fazer Victor voltar a sentir prazer na vida pessoal e profissional. Victor recebe um presente inesperado de um fã de seus cartoons: Antoine (Caunet) quando criança era um grande admirador de seus desenhos e o presenteia com um vale-passe que dá direito à realização de um sonho. Antoine dirige um parque temático, espécie de Ilha da Fantasia, onde as pessoas comprar um sonho e tem ele realizado, através de uso de atores, figurantes e cenários montados. Expulso de casa pela esposa, Victor resolve aceitar o presente: ele pede para retornar a um dia específico em 1974, em um bar em Lyon chamado "La Belle Époque", onde ele conheceu sua futura esposa, Marianne. Chegando no dia e no local agendado, Victor se surpreende com o realismo do cenário e das pessoas, e se encanta com "Marianne" jovem (Tiller), que na verdade é namorada do diretor Antoine, com quem anda brigada. Sö que Marianne/Margot é adepta de improvisações, apesar das duras de Antoine, e vai mudando todo o rumo da história de Victor, transformando a vida de todos. Quem reclamou do romantismo exacerbado de "Sr e Sra Adelman" certamente também irá chiar aqui. O filme não esconde que quer falar de amor, de possibilidade de recomeços. O filme traz momentos divertidos, dramáticos e românticos com direito à uma trilha sonora recheada de clássicos dos anos 70, incluindo Dionne Warwick e Baccara. O filme foi indicado para 12 prêmios César 2020, levando 2: melhor roteiro, melhor direção de arte e melhor atriz coadjuvante para Fanny Ardant.

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