domingo, 13 de janeiro de 2019

Suspiria

"Suspiria", de Luca Guadagnino (2018) Em primeiro lugar, uma grande revelação para mim: Suspiria é o nome da Estação de metrô aonde se localiza a Escola Tanz. eu juro que não sabia. Remake da obra-prima de Dario Argento, teve uma exibição polêmica no Festival de Veneza 2018, quando esteve em competição. Tiveram muitas vaias, mas também aplausos, a essa versão lésbica/feminista sobre uma Convenção de bruxas que habita uma famosa Escola de dança em Berlin no ano de 1977, quando a Alemanha estava dividida pelo Muro. O Cineasta Luca Guadagnino ficou mundialmente famoso pelo seu drama LGBTQ+ "Me chame pelo seu nome". Assim que ele terminou as filmagens, ele começou a preparar 'Suspiria". No elenco, Guadagnino escalou 2 atrizes que já protagonizaram seus filmes: Tilda Swinton, que já havia feito "Um Sonho de amor" e "Um mergulho no passado", e "Tilda Swinton", com quem fez "Um mergulho no passado". Dakota interpreta a protagonista Suzy, que no filme original foi interpretado por Jessica Harper, aqui fazendo uma participação como uma judia presa em um campo de concentração. Tilda interpreta 3 Personagens: Miss Blanc, Miss Markos e um verdadeiro espanto, ela interpreta um personagem masculino, o Psicólogo Dr Josef Klamperer. Para despistar os curiosos, criaram um nome fictício de Lutz Ebersdorf para o "Ator". Suzy viaja de Ohio, onde ela morava em uma fazenda e criada sob rígida norma religiosa, e vai até Berlin para se inscrever na famosa escola de dança Tanz. Ela descobre que uma aluna, Patricia ( Chloe Moretz) desaparece, e por isso, ela consegue uma vaga. Mas aos poucos, Suzy vai percebendo que aquele lugar esconde algo muito tenebroso. Com inacreditáveis 152 minutos, O Diretor Luca Guadagnino confirma que ele não é bom em concisão e desapego de cenas na edição. Geralmente, todos os seus filmes são bem longos. Mas aqui ele consegue exagerar: Para se ter uma idéia, o filme de Dario Argento tem quase 1 hora a menos! Isso porquê Luca criou vários sub-plots que não haviam no filme original, trazendo o conceito da culpa alemã pela 2a guerra mundial e a morte de milhares de judeus, através do personagem totalmente dispensável do Dr Josef, Vale mais pelo tour de force de Tilda Swinton, que o interpreta, do que pela história. Tivesse se concentrado apenas no drama de Suzy e a escola, o filme teria ficado muito mais aterrorizante. As cenas onde as personagens de Sara e principalmente Olga sofrem a vingança das bruxas, é muito foda! Tanto que ganhou um prêmio especial em Veneza somente para os efeitos. Para se ter uma idéia, elas têm os ossos do corpo quebrados e os órgãos internos expostos, isso apenas pelo movimento da coreografia de uma dança muito bizarra. O que no filme de Dario Argento acabou ficando a sua marca registrada, que é a fotografia colorida exagerada, aqui no filme de Guadagnino ele substitui por cores escuras e azuladas, trazendo uma dimensão dramática mais forte. O filme é dividido em 6 episódios e um epílogo: devo dizer que o episódio 6, que é o Clímax, é a convenção de Bruxas mais foda que vocês já viram em qualquer filme sobre o tema. Aí, ele quase se aproxima de Argento no erotismo, nas cores, no surrealismo. O que eu também fiquei triste, como fã do original, foi de terem mudado todo o rumo da personagem de Suzy. Mas ver esse duelo de atrizes e de bruxas foi épico, então valeu a pena. Teria ficado mil vezes melhor cm 40 minutos a menos. Torço por Dakota Johnson, que depois da trilogia "50 tons", tem investido em projetos mais ousados e autorais. E Tilda Swinton, um crime não ter sido indicada para premiações pelo seu papel triplo.

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