sábado, 26 de janeiro de 2019

Uma guerra pessoal

"A private war", de Matthew Heineman (2018) Estréia na ficção do premiado documentarista americano Matthew Heineman, indicado ao Oscar pelo seus documentário "Cartel Land", que retrata a tensa fronteira entre México e Estados Unidos. Matthew tem em sua filmografia documentários que apresentam vários conflitos armados ao redor do mundo. Por isso, não é surpresa que ele tenha estreado na ficção com a biografia da correspondente de guerra Marie Colvin (Rosamund Pike, de "A garota exemplar"). Marie, americana, morreu no dia 22 de fevereiro de 2012, aos 56 anos, ao cobrir uma matéria em pleno campo de batalha em Homs, Síria. Marie era famosa pela sua obsessão em querer mostrar ao mundo a verdade da Guerra, e para isso, não tinha medo de morrer. Em 2001, no Sri Lanka, ele perdeu o olho esquerdo quando uma granada explodiu ao seu lado, mesmo se identificando como jornalista. Nem esse fato a impediu de querer continuar a expôr as mazelas da guerra. Desde então, ela usou um tapa-olho, o que virou sua marca registrada. O fotógrafo Paul Conroy (Jamie Dornan, o Mr Grey de "Cinquenta tons de cinza") se tornou seu parceiro por muitos anos, e estava presente no dia da morte de Marie. O filme é uma grande homenagem aos heróis de guerra, os jornalistas e fotógrafos que botam suas vidas em risco para apresentar a verdade dos fatos ao mundo. É impressionante a reconstituição das cenas de batalha, perfeita em todos os detalhes. Matthew Heineman, por estar presente em campos de guerra, deu credibilidade às cenas de ação, colocando a sua câmera quase que como em um registro documental. A atriz Charlize Theron produziu o filme, muito provavelmente comovida com a história dessa jornalista que se tornou alcóolatra e portadora e síndrome pós-traumático e mesmo assim, jamais desistiu de sua missão. Trabalhando desde os anos 80 para o jornal britânico Sunday Times, Marie é defendida com muita garra e vibração por Rosamund Pike, em seu melhor trabalho até então. Uma pena ela não ter sido indicada ao Oscar. ela reproduz com perfeição o tom de voz grave Marie, que aparece em um vídeo no final do filme. A fotografia é de Robert Richardson, 3 vezes vencedor do Oscar, por "Huco cabret"e "O aviador", ambos de Scorsese, e "Jfk", de Oliver Stone, com quem trabalhou também em Platoon" e "Salvador". Richardson também é o queridinho de Tarantino. seu trabalho aqui em "Uma guerra pessoal" é formidável, com uma câmera pulsante e viva que faz com que o espectador se sinta em plena guerra.

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