domingo, 20 de janeiro de 2019

A primeira noite de um homem

"The graduate", de Mike Nichols (1967) Todo mundo deveria rever esse clássico de tempos em tempos. Testemunhar um dos filmes que revolucionaram a Hollywood do final dos anos 60; testemunhar as tremendas performances de Dustin Hoffman, Anne Bancroft e Katherine Ross; ouvir sem parar a mítica trilha sonora de Simon & Garfunkel; estudar a decupagem que Mike Nichols, um dos maiores roteiristas e diretores do cinema americano, propôs ao filme, com bastante ousadia narrativa, se fazendo valer de muitos match cuts. Particularmente, eu me emociono toda vez que vejo a cena final, dos noivos fugindo da igreja e pegando um ônibus aleatório. Essa cena sintetiza o filme e toda a geração que é representada: qual o futuro dos jovens? Será que somente a liberdade será o suficiente para mantê-los unidos e vivos? ë sem duvida alguma, um final corajoso para um filme que se propõe ser uma comédia romântica. Eu havia me esquecido que tem umas cenas bem pastelão no filme, como por exemplo, a da recepção do Hotel, quando Benjamin, personagem de Dustin Hoffman, tenta reservar um quarto e ele está totalmente sem graça. É uma cena bastante visual, e me lembrei bastante do tipo de humor de Peter Sellers em "Um convidado be trapalhão.". A cena inicial também deixa claro quem é Benjamin: a antológica abertura do filme, copiada por Tarantino em "Jackie Brown", mostra Benjamin em uma esteira rolante do aeroporto, totalmente sem ação, passivo, sendo levado. Esse é o retrato crítico dos jovens representado genialmente por Dustin Hoffman, que na época do filme já estava com 30 anos, interpretando um personagem de 20 anos. O filme levou o Oscar de Direção para Mike Nichols, merecidamente, por retratar o feminismo,a revolução sexual, a geração destruída moralmente pelas sucessivas Guerras do Vietnã, Camboja, etc.

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