quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Minha viagem à Itália

"My voyage to Italy", de Martin Scorsese (1999) Documentário obrigatório para Cinéfilos, estudantes de Cinema e apaixonados pela sétima arte, com 246 minutos de duração, "Minha viagem à Italia" é um épico emotivo de Scorsese relembrando os Cineastas e filmes italianos que ajudaram na sua formação como Cineasta. Scorsese relembra a sua infância, como 3a geração de italianos vindos da Sicília, e como sua família se reunia em frente à televisão para assistir filmes, principalmente, estrangeiros. Os italianos eram os preferidos, na maioria das vezes dublados em inglês. Scorsese fala principalmente do período do neo-realismo italiano, a partir dos anos 40 e mais precisamente de "Roma, Cidade aberta", de Roberto Rosselini, historicamente aclamada como o primeiro filme do movimento que usou os escombros do pós guerra para falar sobre um cinema possível: os alemães roubaram os equipamentos, os estúdios estavam destruídos, não havia dinheiro para pagar atores e locações. A solução foi usar pessoas reais e falar sobre pessoas comuns do povo e as suas angústias e amarguras do pós-guerra. Personagens marginais, contrastando com o mundo do glamour qe imperava nos filmes de estúdio. Scorsese fala da filmografia de Rosselini, Fellini, Antonioni, Vittorio de Sica e Visconti. Se prende aos seus principais filmes do período entre 40 a final de 50, e como esses filmes influenciaram o cinema mundial: a nouvelle vague, cinema novo no Brasil, cinema americano dos anos 60, enfim, trouxe uma revolução estética e narrativa até então impensável. Esse filme vale mas do que um curso de cinema. É narrado com a paixão de um Cineasta, e no final, Scorsese diz: "Assista aos filmes não leia sobre eles." Confesso que chorei várias vezes, é um filme essencial para qualquer cinéfilo apaixonado. A tarefa agora é ver todos os filmes citados por ele.

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