segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Inspire, expire

"Andið eðlilega", de Isold Uggadottir (2018) Vencedor de vários Prêmios Internacionais, entre eles o de Melhor Direção em Sundance 2018, "Inspire, expire" é um comovente drama de mulheres, dirigido por uma mulher. Sororidade é o lema do filme, de temática LGBTQ+. Na islândia mora Lara (Kristín Þóra Haraldsdóttir), mãe solteira e lésbica, ex-drogada. Desempregada, ela vive em sérias dificuldades financeiras, e sem ter como pagar pelo apartamento, vai morar no carro, junto de seu filho pequeno, Eldar (Patrik Nökkvi Pétursson). Para surpresa de Lara, ela é aprovada para trabalhar no Aeroporto, como agente de fiscalização de passaportes. Querendo mostrar serviço, ela impede que uma mulher negra de Guiné-Bissao embarque, elo uso de passaporte falso. Adja (Babetida Sadjo) é presa e fica retida em um alojamento de refugiados. Lara se arrepende de ter denunciado Adja, ao descobrir que ela embarcaria com sua filha e irmã para o Canadá, fugindo de seu País de origem. Adja era casada com uma mulher, que foi assassinada. O caminho dessas duas mulheres se cruza de forma inesperada. Com um trabalho excepcional e sensível do elenco, o filme conquista o espectador principalmente pela performance das duas atrizes. O roteiro tenho questões, principalmente pelo excesso de coincidências que a trama forja para aproximar as duas mulheres. Outro ponto, amplamente criticado pelos jornalistas, é o fato do filme se apropriar do 'Magical negro", termo cunhado por Spike Lee para definir os personagens negros que surgem na trama para provocar a redenção de protagonista branco. Não há como negar que isso aconteça na trama. Mas o melhor é se apegar ao trabalho do elenco e se deixar levar pela sensibilidade da direção. A cena final é arrebatadora.

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