segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Fyre- Fiasco no Caribe

"Fyre", de Chris Smith (2019) 2 Filmes me vieram a mente assim que estava assistindo a esse documentário absolutamente assustador: "Perdido em La Mancha"e "Vip". O primeiro, é um documentário que mostrava os bastidores de uma preparação de um filme de Terry Gillian que acabou não acontecendo, por conta de problemas de logística, doença do elenco, estouro no orçamento, metereologia, etc. O 2o, é um drama brasileiro protagonizado por Wagner Moura e que é a biografia de Marcelo Nascimento da Rocha, um falsário que conseguiu fazer parte de grandes eventos se fazendo passar por pessoas famosas. "Fyre" apresenta o jovem empresário Billy McFarland, co-fundador do Aplicativo Fyre, que segundo ele e seu sócio Ja Rule, o cantor de rap, seria uma espécie de Uber da música: qualquer um poderia contratar o seu artista preferido usando o aplicativo. Para poder promover o aplicativo, ambos resolveram lançar um Festival de música, que eles consideravam o evento da década: Billy dizia ter comprado a Ilha de Exuma, nos Bahamas, que outrora pertenceu a Pablo Escobar. Ele contratou os melhores profissionais da mídia e produziu um vídeo promocional do Evento, usando super modelos para divulgarem a festa. Além das modelos, o vídeo vendia iates de luxo, casas chiques, Bandas e músicos famosos que cantariam nesse evento que aconteceria em 2 finais de semana entre Abril e maio de 2017. Através de Hashtags e posts, o vídeo bombou e milionários e influenciadores digitais compraram pacotes, que rapidamente se esgotou, a um preço altíssimo. O que o filme apresenta, em imagens de arquivo e depoimentos de quem trabalhou e fez parte do mega evento, é mostrar o verdadeiro desastre anunciado que se tornaria o Festival: sem comida, sem infra estrutura até mesmo de banheiro, Internet, nada. Assim que os convidados iam chegando, iam se dando conta da roubada que era o lugar. É assustador entender que hoje em dia, basta um único Post para bombar um evento sem que qualquer tipo de checagem de veracidade seja feita. O filme critica esse Universo de influenciadores, que depois vieram pedir desculpas por divulgarem o evento. Não entendo porque Ja Rule também não foi processado, uma vez que muita gente provavelmente comprou ingresso por conta de sua imagem. Tem um momento da entrevista que a gente entende o jogo sujo desses empresários fraudadores: um dos sócios é obrigado por Billy a pagar boquete em um agente da alfândega no Bahamas para liberar a entrada de água mineral na Ilha. É gritante a falta de respeito de Billy para com todos que trabalharam com ele. Pior, mesmo depois do cancelamento do evento, dos milhares de processos, ele continuou fraudando pessoas abrindo uma outra empresa, a NYC Vip, vendendo ingressos para eventos exclusivos. Esse documentário é obrigatório para todos que trabalham com propaganda, pois ele vende um anuncio mentiroso, e também com quem anuncia e divulga posts sem saber a veracidade dele. Fiquei me sentindo cada vez mais angustiado a medida que o filme avançava. Dava vontade de dizer "Bem feito, quem mandou pagar dezenas de dólares para esse evento? Tá com dinheiro sobrando.". Mas a verdade é que cada um faz o que quiser com seu dinheiro. Fica o alerta.

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