domingo, 13 de janeiro de 2019

Assim estava escrito

"The bad and the beautiful", de Vincente Minelli (1952) Foi graças ao excelente documentário de Martin Scorsese, "Uma viagem pessoal rumo ao cinema americano", que eu cheguei a essa obra-prima de 1952, dirigido por um dos grandes Cineastas de Hollywood, Vincente Minelli. Sempre tinha ouvido falar desse filme que mostrava os bastidores de Hollywood, os podres de um Produtor de cinema. Mas foi através do documentário, e em particular uma cena, que eu fui desesperado em busca do filme. Na cena, o produtor vivido por Kirk Douglas, Jonathan, e um Diretor de filmes B, Fred, discutiam de que forma poderiam filmar um longa de terror sem mostrar as terríveis fantasias que criaram para os monstros do filme. Daí, Jonathan apaga a luz da sala e diz: "O que o público espera quando vê um filme de terror? Quem sentir medo. E o que faz sentir medo? O escuro." Daí Jonathan apaga a luz, e decide com o Diretor que não devem mostrar, mas apenas sugerir a presença dos monstros, através de sombras. Essa cena homenageia o clássico "Sangue da Pantera", que usou exatamente esse recurso das sombras e minimalismo por conta de orçamento, e foi um grande sucesso."Assim estava escrito"ganhou 5 Oscars: Fotografia, atriz coadjuvante ( Gloria Grahame, que interpreta a esposa do roteirista, Rosemary), roteiro, figurino e direção de arte. O roteiro é bem original: 3 histórias são contadas e o que as une é a presença de Jonathan. Um diretor, uma atriz e um roteirista, todos enfrentaram a glória e o fundo do poço com Jonathan. Assim como "Crepúsculo dos Deuses", o filme tem um olhar bastante amargo sobre o mundo dos holofotes, das Estrelas de Cinema construídas pela máquina de Hollywood, o Poder de um Produtor de fazer surgir um novo talento e de o destruir. Muito bom filme, e um dos melhores sobre os bastidores do cinema. Lana Turner e Kirk Douglas mostram que são os 'Star Quality"que o filme prega.

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