terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

A camisinha assassina


"Killer condom", de Martin Walz (1996)
Clássico cult trash alemão de 1996, adaptado dos quadrinhos de Ralf Koenig. O filme foi adquirido pela produtora TROMA, especializada em filmes trash, e exibido no Festival de Cannes no mesmo ano.
O filme é uma pérola histórica, por apresentar o comportamento da comunidade LGBTQIAP+ vista pelo olhar alemão mas encenada em Nova York antes de sua revitalização, totalmente decadente e repleta de sex shops e hotéis para transas. A camisinha assassina é uma inspiração da era da Aids, onde o sexo era visto pelo audiovisual como algo pernicioso e mortal.
O filme é uma comédia ácida que brinca com o gênero Noir: um policial gay metido a machão Luigi Mackeroni (Udo Samel, hilário) é encarregado de tentar descobrir o que está causando a fúria de prostitutas que arrancam os pênis de seus clientes em um hotel da Rua 42. Mas logo se descobre que quem ataca oc clientes são camisinhas assassinas, fabricadas por um cientista alemão à mando de uma doutora conservadora, que aguarda a chegada do Senhor que irá dizimar do mundo os pervertidos, travestis, gays e prostitutas.
Para quem quiser uma diversão descerebrada e repleta de situações politicamente incorretas antes do conservadorismo invadir o cinema, esse filme é uma verdadeira enciclopédia de bizarrices e tosqueiras, com muita sacanagem e perversões. A personagem da travesti cantora que se tornou mulher por amor ao detetive é hilária e antológica. O filme foi rodado em Nova York nas externas, e em estúdio em Berlim nos interiores, mas é todo falado em alemão, o que aumenta o teor kitsch.

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