sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Motel destino

"Motel destino", de Karim Ainouz (2024) Em 1934, o escritor americano James M. Cain escreveu o romance "The postman always rings twice", que foi adaptada inúmeras vezes para o cinema: em 1943 Visconti filmou "Obsessão", em 1946, "O destino bate à sua porta", que teve a versão mais famosa de 1980, com Jessica Lange e Jack Nicholson, também chamada de "O Destino bate à sua porta". Curiosamente, o filme co-escrito por Karim Ainouz também tem "Destino" no nome, e também fala sobre um estranho que surge no estabelecimento comandado por um casal, e logo, traições, mentiras e desejo de assassinato se fazem presente no triângulo amoroso. Conorrendo no Festival de Cannes 2024, e filme de abertura do Festival de Gramado, o filme traz um jogo erótico embalado em uma narrativa de filme noir com toques de policial, suspense e thriller. Heraldo (Iago Xavier) é um jovem que trabalha para a traficante local de sua cidade. Ele quer ir para SP e abandonar a vida bandida, mas precisa fazer uma última missão. Ao sair com uma mulher para um Motel, ele é roubado por ela e Heraldo, com medo de ser morto pela traficante e seus capangas se esconde no motel. Os donos, Elias (Fabio Assunção) e Dayana (Nataly Rocha) aceitam que Heraldo trabalhe como faz tudo ali dentro. Mas logo o desejo falará mais alto e fará com que Elias tome uma atitude mais violenta. O que o filme tem de mais espetacular, é a fotografia de Hélène Louvart, repleta de neons e filtros e gelatinas anos 80, e a trilha composta por Amin Bouhafa e Benedikt Schiefer. O trio de atores também está ótimo, com destaque para Nataly Rocha, que me lembrou o estilo de Maeve Jenkings, mas tem luz e energia próprias.

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