quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Little girl blue

"Little girl blue", de Mona Achache (2023) Concorrendo no Festival de Cannes 2023 na mostra Golden Eye, dedicado a documentários, "Little girl blue" é um docudrama provocativo escrito e dirigido por Mona Achache. O filme consgeuiu um feito inédito no César, que foi receber indicação de melhor atriz para Marion Cotillard para um filme documentário. Mona decide revisitar em material de arquivo e com reconstituição a imagem de sua mãe, a escritora e atriz Carole Achache, que se suicidou aos 63 anos de idade, se enforcando. Mona busca entender o processo mental e espiritual de sua mãe. O filme fala sobre 3 gerações de mulheres: a avó, a mãe e a própria Mona. Monique Lange foi editora e escritora nos anos 50 e 60, e muito influente e amiga de artistas e intelectuais, entre eles, o cineasta Jean Genet e a escritora Marguerite Duras. Carole, na época com 12 anos, mantinha vinculo com os amigos de sua mãe, até que ela foi abusada sexualmente por amigos de Genet. Monique, com medo de ser hostilizada pelos amigos, não deu atenção à filha. Já adulta, Carole tentou ingressar no meio artístico como atriz, e depois, escritora, mas foi esnobada pelos editores. Fez muitas fotos posando nua e chegou a ir até Nova York, onde se relacionou com um amante que a induziu a fazer programa. Grávida de Mona, Carole se dedicou aos afazeres de mãe e também à festas, mas sempre mantendo uma aura de melancolia. Mona convida a atriz MArion Cotillard para dar vida à sua mãe. A cena que Marion chega no escritório de Mona e ela apresenta o material de arquivo, roupas, jóias, peruca e maquiagem que a mãe usava, e assim, Marion vai se transformando nela, é assombrosa. Marion carrega o filme de uma forma espiritual, assim como fez em "Piaf". Um filme doloroso, um projeto feminino sobre mulheres que precisaram lutar contra a hipocrisia de uma sociedade patriarcal e machista.

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