sábado, 9 de dezembro de 2023

Folhas de outono

"Kuolleet lehdet", de Aki Kaurismaki (2023) Eu amo o termo que os críticos chamam os filmes de Kaurismake: "deadpan comedies", ou seja, comédias onde os personagens agem de forma inexpressiva, como os modelos de Bresson, onde todos "atuavam" sem explorar emoções, sempre com aquelas feições robóticas e o tempo esparsado. Premiado com o Grande prêmio do juri no Festival de Cannes 2023, além de outros importantes Festivais, "Folhas de outono" é escrito e dirigido pelo finlandês Aki Kaurismaki, realizador dos excelentes "O outro lado da esperança" e "O porto". O filme é uma acridoce comédia romântica sobre o encontro inusitado de duas pessoas totalmente anônimas e loosers: Amsa (Alma Pöysti) é caixa e repositora de supermercado. Hoolapa (Jussi Vatanen) é mecânico de automóveis e sempre trabalha bêbado. Ambos são anti-sociais, solitários e moram sozinhos, e cada um deles possui apena sum amigo. Raunio (Martti Suosalo), melhor amigo de Hoolapa, é um personagem senscional, ele sofre de etarismo e acredita que por conta da idade as garotas não se aproximam dele. Amsa e Hoolapa se encontram por um acaso em um bar, e Hoolapa a convida para ver um filme no cinema ("Os mortos não morrem", de Jim Jarmush"). Mas um acidente de percurso faz com que os dois não consigam mais se encontrar, deixando os dois frustrados. Os filmes de Kaurismaki sempre são declarações de amor ao cinema e à música. recheada de canções dos anos 50 e 60, e com posters de filmes clássicos espalhados nas cenas, o filme tem um look totalmente anos 80, apesar de se passar nos dias de hoje. É impossível não se apaixonar pelos personagens, e não se deixar de torcer pelos dois. A homenagem à Chaplin no desfecho é inevitavelmente emocionante. Uma cena absolutamente genial: de forma aleatória, após a sessão do filme de JArmush, dois espectadores same comentando que o filme lembra "Bande a parte"de Godard" e outros cineastas revolucionários. É de rachar de rir.

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