segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Presídio de mulheres violentadas

"Presídio de mulheres violentadas", de Luiz Castellini e Antonio Polo Galante (1977) Clássico erótico da Boca do lixo, o filme inaugurou o "ciclo dos presídios", uma série de filmes que exploravam a exposição de mulheres em ambientes de reclusão (presídios, conventos, internatos, reformatórios). O produtor Antonio Galante seguiu o conselho de um diretor de cinema alemão, que lhe teria dito: "O que dá dinheiro é grade e mulher nua atrás da grade". Rodado em 1977 e anos depois, em 1984, surgiu uma nova versão, com inserções de cenas de sexo e nudez filmadas por dublês de corpo. O filme foi todo dublado em italiano e esse acaba sendo um de seus charmes underground. Os bastidores do filme também ficaram famosos pela sucessão de confusões e brigas: Luiz Castillini, o diretor que iniciou as filmagens, filmou uma história completamente diferente do roteiro e foi demitido. Galante interrompeu as filmagens e chamou Osvaldo de Oliveira para concluir os trabalhos. Nicole Puzzi, que havia sido escalada para o papel principal, sequer compareceu ao set em Itu. Os produtores recorreram então à novata Patrícia Scalvi, que deveria fazer uma figuração, e deram-lhe o papel de Tininha. No meio da produção, Galante brigou com a atriz e mudou o roteiro, matando a sua personagem. O filme começa com Tininha (Patrícia Scalvi)e seu namorado praticando um assalto. Na fuga, o namorado bate em Tininha que desmaia e é presa. No presídio feminino, passa a ser disputada pela sádica diretora Rafaela (Meiry Vieira) e pela detenta Nadir (Esmeralda Barros), que planeja uma fuga em massa. O filme é muito interessante e não fossem as cenas enxertadas de sexo, seria um bom exemplar do cinema lésbico brasileiro dos anos 70: ousado, polêmico e certamente, um grande desafio para a censura e a ditadura vigente na época.

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