terça-feira, 8 de agosto de 2023

Nayola

"Nayola", de José Miguel Ribeiro (2022) Vencedor do prêmio do público na Mostra de São Paulo 2022, e concorrendo em Annecy, o Oscar da animação, "Nayola" é uma co-produçvão Portugal, Bélgica, França e Holanda. O filme tem como pano de fundo a Guerra civil na Angola, que começou em 1975, com a guerra contra a colonização portuguesa, e se estentendo por anos, com a disputa entre os dois movimentos angolanos contrários, o comunista Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a anticomunista União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). Com o fim da guerra em 2002 2 e avitória da MPLA, o país ainda vive até os dias d ehoje as consequências da guerra. Essa é a história de "Nayola": através da história de 3 mulheres fortes e independentes de Angola, o filme percoree décadas. No ano de 1995, ainda em guerra civil sangrenta e violenta, Nayola deixa sua filha Yara de 2 anos aos cuidados de sua mãe Lelena, e vai atrás de seu marido, que desapareceu após ir lutar na guerra. Lelena, a vó, cuida da neta, e ela mesmo é sobrevivente do período de colonização portuguesa. Yara, já adulta em 2002, sonha em ser cantora de rap, mas o ritmo é proibido pelo governo e ela decide distribuir a música de forma clandetsina, trazendo uma letra política e de combate. O filme lembra bastante o israelense "Valsa para Bashir", ao se apropriar da linguagem do surrealismo e do realismo fantástico para falar dos horrores da guerra. Ouvir a animação em português de Portugal já é uma grande vitória, tornando toda a experiência mais realista. As vozes são incrivelmente trabalhada pelos dubladores. O filme não economiza em violência, o que o faz não ser um filme direcionado para toda a família, e sim, para um público adulto. Uma homenagem às mulheres combativas e que não se deixaram esmorecer em momento algum.

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