quarta-feira, 28 de julho de 2021

Weekend à francesa


"Weekend", de Jean Luc Godard (1967)
Eu não escondo de ninguém a minha história de amor e ódio com a filmografia de Godard. Eu sou completamente apaixonado pelos seus filmes da primeira fase. que vão de "Acossado", de 1960, a "Uma mulher é uma mulher", "Viver a vida", "O pequeno soldado", Tempo de guerra", O desprezo", "Band a parte", "Uma mulher casada", "Alphaville", "O demônio das onze horas". Pulo "Masculino, feminino" e "Made in Usa" e volto a amar "Duas ou três cosias que seu dela". A partir de "A chinesa", em 1967 e tudo o que veio depois, eu já fico com um pé atrás.
"Weekend à francesa" vem dessa 2a fase, uma busca mais radical de Godard a sua narrativa desfragmentada, aliada à um discurso da juventude marxista que pega em armas e luta a favor da total anarquia, anarquia esta que reverbera na linguagem dos filmes.
Corinne (Mireille Darc) e Roland (Jean Yanne) são um caal de classe média que decidem pegar a estrada para matar o pai de Corinne e ficarem com a herança. So que no caminho, na longa estrada, eles se deparam com um gigantesco acidente de carrros, com lixeiros com discurso anti-burguês, com um grupo terrorista, com assaltantes, outros acidentes, e finalmente, com guerrilheiros canibais que se escondem em uma floresta. udo isso trazendo certamente o filme mais caro e ambicioso de Godard, com centenas de carros, vários destruídos, incendiados. A figuração também é enorme. Fico at[e imaginando Godard comandando essa "super produção" independente bem própria a um filme de maior porte.
O que amo nesse filme, óbvio, é a longa cena em plano sequência, de car o queixo, de engarrafamento que termina em acidente, é magistral. A cena inicial também, do casal no contra luz na cama, e ela narrando suas aventuras sexuais, é muito boa, lembrando um pouco 'O desprezo". O filme faz do carro o símbolo do consumismo e capitalismo, e Godard faz o seu discurso totalmente se apropriando das imagens surreais, que muitos comparam a Bunuel.

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