sábado, 4 de fevereiro de 2023

O consul de Sodoma

'El consul de Sodoma", de Sigfrid Monleón (2009) Uma das mais belas e melancólicas cenas do cinema queer pertence a esse obscuro drama LGBTQIAP+ erótico espanhol: convalescendo de Aids, o poeta Jaime Gil de Biedma observa, sentado na cama, um jovem garoto d eprograma nú, dançando freneticamente ao som de "Always on my mind", de Pet SHop Boys, enquanto Jaime o observa lindamente, tal qual o final de "Morte em Veneza": o compositor Mahler (Dirk Bogarde) morrendo, sentado na cadeira de praia, observando o jovem menino que é o seu ideal de perfeição. Jaime Gil de Biedma (1929-1990) foi um poeta espanhol que alcançou certa notoriedade em Barcelona na década de 1960, devido às suas ideias comunistas, sua vida depravada e sua homossexualidade aberta. Filho de um rico empresário, dono da Tabacos de Filipinas, Gil de Biedma viveu uma vida burguesa em contradição. Comportou-se como o herdeiro milionário que era, embora se autoproclamasse de extrema-esquerda; e também era um dândi, rico e educado, mas que gostava de chafurdar na vida decadente de favelas, bares e boites decadentes em busca de sexo com jovens rapazes. Jaime faleceu em 8 de janeiro de 1990, de complicações decorrentes da AIDS, aos 60 anos. Durante toda sua vida, se relacionaou com homens, tendo apenas um relacionamento com mulher, Bel (Bimba Bosé). O filme é repleto de cenas de sexo, algumas explícitas. Tecnicamente, o filme tem boa fotografia, figurinos e direção de arte. Mas tem aquela atmosfera de filme independente realizado com o orçamento possível. Parece filme de início de carreira de ALmodovar, com cenas beirando o mau gosto, mas é justamente essa aura tosca que dá o charme ao filme. Jordi Mollà, no papel principal, está ótimo, uma pena que sua carectarização aos 60 anos de idade seja ruim.

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