sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

A baleia

"The whale", de Darren Aronofsky (2022) Filmado quase que inteiramente dentro do apartamento do personagem Charlie (Brandon Fraser), "A baleia" não esconde a sua origem teatral. O filme é a adaptação da peça escrita pelo roteirista Samuel D. Hunter. Com a finalidade de trazer claustrofobia e agorafobia, em um ambiente bastante escuro, o filme traz Charlie, um professor de inglês de uma universidade online, que nunca aparece na tela do zoom para os seus alunos, que desconhecem a realidade de Charlie: pesando mais de 200 kilos, portador de obesidade mórbida. Sua amiga Liz, enfermeira (Hong Chau, de "O menu"), traz comida e cuida de Charlie. Quando ela revela ao amigo que ele é portador de doença no coração e que se não for ao hospital terá 1 semana de vida. Charlie decide reatar com a sua filha Ellie (Sadie Sink, a Max de "Stranger things"). Prometendo à ela dinheiro a cada vez que for ao apartamento, Charlie ouve os desabafos da filha: abandonada aos 8 anos pelo pai, que conheceu um aluno e ambos se apaixonaram, até ele se suicidar por questões religiosas e família conservadora. Ellie despeja todo o seu rancor de abandono em seu pai. Nisso, um jovem missionário, Thomas, surge na casa de Cherlie lhe oferecendo as palavras de salvação de Deus. Darren Aranofsky novamente recorre a temas presentes em seus filmes anteriores: pai querendo se reconectar com a filha abandonada ( "O lutador"), o vício em drogas ( "requiem para um sonho"), a religiosidade extremada ("Mãe") , a obsessão "Cisne negro"). É um filme denso, verborrágico, que depende quase que exclusivamente do talento de seu elenco. Além de Fraser, escondido atrás de kilos de prótese, temos Hong Chay, Sadie Sink, Ty Simpkins e Samantha Morton, que comanda uma cena intensa de dramaticidade como a ex-mulher abandonada de Charlie. Por fora, temas como gordofobia, homofobia e abandono surgem para dar estofo a uma trama que desagradou boa parte da crítica, por asscoiarem s pequenas tragédias de cada personagem ao fato de Charlie se assumir gay e ter um romance com outro homem. Ainda assim, o filme recebeu 6 minutos de ovação no Festival de Veneza, onde concorreu na competição oficial.

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