sábado, 18 de fevereiro de 2023

Nothing compares

"Nothing compares", de Kathryn Ferguson (2022) Nascida na Irlanda em 1966, atualmente com 56 anos, a cantora Sinéad O'Connor foi no ano de 1992, uma das artistas mais populares e aclamadas no mundo inteiro. Mas nesse mesmo ano, veio a sua derrocada, com o episódio ocorrido ao vivo no programa 'Saturday night live": após cantar ao vivo, Sinéad denunciou abusos dos religiosos, e por encobrirem os atos, e rasgou a foto do Papa João Paulo II. No dia seguinte, seu nome era matéria em toda a mídia, de uma forma negativa: ela passou a se tornar a pessoa mais odiada no mundo inteiro. Antes mesmo do termo "cancelamento" existir, Sinéad sofreu na pele os efeitos brutais, que destruíram por um tempo a sua carreira. Concorrendo em Sundance, "Nothing compares" é um emocionante relato sobre essa figura enigmática: mostrando sua infância, adolescência, os abusos sofridos pela mãe, a separação dos pais, seu desejo de querer cantar, sua ida para Londres e cantando em pubs até surgir com o seu ò álbum, "The lion and the cobra" em 1987. Ela tornou-se famosa não só pela voz, mas pelo seu jeito tímido, seu look que mescla rebeldia e segundo muitos, uma precursora do não binarismo. Sua cabeça raspada, uma forma de provocação contra os que pediam que ela fosse mais feminina e a sua revolta, quando se descobriu grávida, de pessoas da indústria que queriam que ela abortasse, que um bebê iria acabar com sua carreira. Em 1990, ela lançou " I Do Not Want What I Haven't Got ", que continha o mega hit "Nothing compares 2 U", cover de Prince, e aí veio a explosão mundial. Sinéad começou a incomodar quando se recusou a cantar em um evento onde o hino nacional americano iria ser tocado , sendo banida de várias rádios. Após o evento do Saturday night live, Sinéad se apreserntou no concerto de 30 anos de Bob Dylan no MAdison Square Garden e foi recebida com vaias homéricas. Sinéad atualmente se convetreu ao islamismo e lançou seu 11o álbum. Na ocasião do lançamento do documentário em Sundance 2022, muitas pessoas se sentiram incomodadas pois o filme termina com uma nota otimista. No entanto, há uma semana atrás, o filho de Sinéad, Jake, se suicidou, e a própria Sinéas tentou se matar. Foi um mal estar, mas ainda assim, é um filme que merece e deve ser visto. Sinéad esteve à frente de seu tempo, levantou bandeiras de muitas causas que hoje em dia são ovacionadas, mas na época, ela foi massacrada. Curiosidade: os herdeiros de Prince proibiram que a música "Nothing compares 2 U" tocasse no filme.

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