sábado, 18 de fevereiro de 2023

H6

"H6", de Yeyê (2021) Comovente documentário produzido pela França, escrito e dirigido pela chinesa Yeyê, radicada na França. O filme mostra o Sexto hospital popular de Shanghai, um enorme complexo hospitalar dedicado a atender a população, mas devido à alta procura e ocupação, tem um rígido sietma de cobrança por exames e cirurgias. O filme apresenta os dois lados: pacientes e equipe médica, todos bastante estressados e tensos com os destinos dos pacientes, a maoiria população pobre que não tem como arcar com as dívidas. O filme foi rodado em 2019, antes da Covid, e fico imaginando o caos que deve ter acontecido nesse hospital durante a pandemia. A cobertura da saúde pública depende de residência urbana ou rural, situação profissional e filiação ao aparelho do Estado, o que deixa grupos sociais marginalizados em desvantagem frente aos serviços médicos. Na falta de financiamento do governo, os hospitais são os principais responsáveis pelos saldos de suas próprias contas, o que destaca a lucratividade de sua manutenção e transfere o ônus financeiro para os pacientes. Em uma cena, um enfermeiro avisa à família de uma paciente que ela precisa lavar os cabelos, e cobra 80 yuans, valor alto questionado pelos familiares. O enfermeiro friamente diz que é difícil lavar os cabelos na maca, e é irredut;ivel: não dá desconto. O filme acompanha alguma shistórias emocionantes e trágicas: uma menina de 3 anos atropelada por um ônibus em frente à barraca de frutas do avô e que corre o risco de perder as pernas; um idoso que diariamente vem visitar sua esposa internada que está em coma; um idoso que perdeu a mobilidade do pescoço para baixo e pede ajuda aos irmãos e esposa para financiar a cirurgia; mas certamente a história mais cativante é a de um homem que perdeu a esposa em um acidente de carro, e cuja filha adolescente necessita fazer cirurgia para recuperar o movimento das pernas, e ela nem sabe d amorte da mãe. otimista , o homem canta todas as vezes que vai visitar a filha, e diz que apenas o otimismo é que o faz seguiar a vida adiante, e que tudo na vida tem um propósito. O filme concorreu no Festival de Cannes 2021 e assim como provavelmente em qualquer hospital público do mundo, mostra o caos nos atendimentos. Ver os familiares dormindo no chão dos corredores para não ter que pagar abrigos é triste, assim como testemunhar a falta de opção da equipe médica: sem pagar, sem tratamento. Um filme próximo aos brasileiros por conta de sua realidade, mas que difere pelo fato de que as instalações estão limpas e que todos, mesmo com o caos, recebbem atendimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário