domingo, 26 de novembro de 2023

Vera

"Vera", de Tizza Covi e Rainer Frimmel (2023) Candidato da Áustria ao Oscar de filme estrangeiro 2023, o filme venceu no Festival de Veneza 2022 dois importantes prêmios na mostra paralela Horizzonti: melhor diretor e melhor atriz para Vera Gemma, filha real do ícone italiano Giuliano Gemma. Por muito tempo Vera Gemma tentou a carreira de atriz, mas sob a sombra de seu pai, fracassou. 20 anos depois, os diretores Tizza Covi e Rainer Frimmel a resgatam em uma ficcionalização de sua persona real. O filme traz muito da vida real de Vera mesclado à uma ficção que faz com que a personagem seja vítima de um mundo cruel, onde a beleza, a vaidade, o envelhecimento são tão brutais quanto os homens tóxicos e vigaristas que surgem na vida de Vera. O neo realismo se torna presente, tanto na narrativa, quanto na linguagem de figuras maginalizadas da sociedade. Vera contracena com não artistas e eventualmente, pessoas de sua vida real, como sua irmã Giuliana e a atriz Asis Argento, que se tprnou sua amiga após participar das produções do pai de Asia, Dario Argento. Em alguns aspectos, o filme lembra "As noites de Cabíria" e "Crepúsculo dos deuses". onde o atual mundo do cinema não cabe mais na figura envelhecida e plastificada de Vera, que anda vive sua a expectativa de um dia voltar a atuar. O filme não tem a mínima compaixão por Vera. Decadente, circulando por um mundo de aduições que só a humilham, ao retornar para casa, seu motorista atropela uma criança da periferia de 8 anos. Vera acaba se envolvendo com o menino, o pai dele e a avó. Vera Gemma é uma figura que o filem evita que o espectador sinta pena. Acompanhamos a sua história, sabendo que vai dar merda lá no final. A sua solidão e tristeza permite que coisas ruins aconteçam à ela, que acredita na bondade humana. Um trabalho excelente de Vera, que espero, traga bastante resultados na sua carreira.

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