terça-feira, 7 de novembro de 2023

A fragilidade do gelo

"Ram dong", de Anthony Chen (2023) Concorrendo no Fetsival de Cannes na Mostra Um certo olhar, "A fragilidade do gelo" é uma homenagem a "Jules e Jim", de François Truffaut. Co-produção China e Singapura, país de Anthony Chen, o roteiro é escrito pelo próprio. Singapura inscreveu o filme para concorrer à uma vaga ao Oscar de filme internacional 2024. Em Yanji, cidade do norte da China bastante gélido, três personagens jovens, solitários e desesperançosos se encontram: Nana (Zhou Dongyu), uma guia turística que trabalha em um ônibus apresentando a cidade aos turistas. Quando jovem, ela sonhava em ser patinadora de gelo, mas um acidente acabou com o sonho. De noite ela frequenta o restaurante coreano, onde seu amigo cozinheiro Han Xiao (Qu Chuxiao) trabalha para a sua família. Um turista de Shanghai, que veio para um casamento, perde seu celular e acaba sendo acolhido por Nana e Han Xiao, Li Haofeng (Liu Haoran). Haofeng é um suicida, mas posterga seus desejos de se matar ao encontrar espaço na amizade de Nana e Han Xiao. Durante um final de semana, eles bebem, dançam e escalam uma montanha de neve para conhecer um lago que Nana tanto sonhaca conhecer. Metaforicamente, o gelo da região é o gelo do relacionamento dos 3 personagens. São jovens, bonitos, mas ao invés de um relacionamento amoroso, o que resta aos três é o alívio da solidão, é a busca de uma razão para viver. O filme é bastante melancólico, e traça um painel bem pessimista sobre uma geração que se perdeu diante de tantas incertezas de um mundo pós pandemia. BElamente fotografado e com uma trilha sonora triste, "A fragilidade do gelo" pode ser gatilho para quem tem depressão.

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