segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Vivendo no abandono

“Living in oblivion”, de Tom DiCillo (1995) Não há nada mais prazeroso para um Cinéfilo do que assistir a um filme que tem os bastidores do cinema como pano de fundo. Todo mundo tem “A noite americana de Truffaut como filme de cabeceira, e provavelmente, alguns têm “Vivendo no abandono” como um filme xodó. Cult absoluto, “Vivendo no abandono” é daqueles filmes que é sempre bom rever, e perceber a cada revisão o quanto ele é perfeito em todos os aspectos: elenco, roteiro e direção primorosos. O Roteirista e diretor Tom DiCillo começou sua carreira como fotógrafo, inclusive fotografou os primeiros trabalhos de Jim Jarmusch, “Estranhos no Paraíso” e “Coffee and cigarretes”. No filme, acompanhamos a rotina de uma diária de filmagem de um filme de baixo orçamento, realizado dentro de um estúdio. Todos os problemas existem ali: Diretor inseguro, atriz que tem um caso com o ator e acabam se desentendendo, assistente de direção estressada, fotógrafo estrela que quer mandar na direção, foquista que erra o foco, máquina de fumaça que não funciona, ator anão que reclama de ser escalado por ser anão, continuísta que dá em cima do ator...enfim, quase uma reprodução de “A noite americana”, mas com um sabor de filme independente americano. Os atores estão impecáveis em seus papéis, e é impressionante o quanto carregam a persona das funções do cinema, trabalhados nas caricaturas mas mesmo assim, divertidíssimos: Steve Buscemi como o cineasta, Catherine Keener como a atriz problemática, Dermot Mulroney como o fotógrafo mandão, Danielle von Zerneck, excelente como a assistente de direção e Peter Dinklage em início de carreira como o anão.

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