quinta-feira, 29 de agosto de 2019

In Fabric

"In fabric", de Peter Strickland (2018) Já imaginou um filme de terror protagonizado por duas grandes atrizes inglesas, que protagonizaram filmes de Mestres como Ken Loach e Mike Leigh? E que tenha uma atmosfera totalmente anos 80, tendo como referências os clássicos de Dario Argento e David Lynch, como “Suspiria” e “Veludo azul”, cults do surrealismo fantástico e oníricos? Pois esse filme existe, e se chama “In fabric”, detentor de uma dezena de prêmios internacionais em importantes Festivais como Fantasporto e Mar del Plata? “In fabric” é escrito e dirigido por Peter Strickland, que já tem em sua filmografia outros cults bizarros como “Barberian sound studio”. Marianne Jean-Baptiste, de “Segredos e mentiras”, e Hayley Squires, de “Eu, Daniel Blake”, protagonizam essa fantasia de terror, que poderia ser chamada de refilmagem de “Suspiria” ambientada em uma loja de departamentos. Localizada nos anos 80, a história gira em torno de uma estranhíssima Loja de Departamentos em Londres que inaugura seu periodo de liquidação. Todas as duas histórias giram em torno de um vestido vermelho sedutor e...assassino. Quem o compra, tem um destino trágico, e assim ele vai passando de cliente a cliente. A primeira cliente é Sheila ( Marianne), uma caixa de banco. Ela é mãe solteira, abandonada pelo ex-marido. Seu filho adolescente mora com ela, e tem uma estranha relação com sua professora de francês, interpretada por Gwendoline Christie , a Brienne de “Game of Thrones”. Sheila marca um encontro com um pretendente e para isso, compra o vestido em promoção na loja. A próxima história é sobre Reg, um especialista em consertar máquinas de lavar, que compra o vestido para agradar a sua namorada, Babs ( Hayley Squires). Só que Reg usa o vestido em sua despedida de solteiro. O filme mescla terror com humor negro, daqueles tipicamente inglês. Mas o público irá estranhar mesmo é o estilo do diretor Peter Strickland, que está mais preocupado em criar um estilo e dar uma atmosfera de bruxaria ao filme, do que propriamente, agradar ao espectador, afoito por sangue. O filme tem poucas cenas violentas, e nenhuma delas é explícita. As vendedoras da loja de Departamento são muito parecidas com as professoras de “Suspiria”, todas meio bruxas. É um filme curioso, bizarro, lúdico, mas de fato, pouco sedutor para o grande público. Meia hora a menos faria muito bem ao projeto, que vale pelo trabalho das atrizes e pelo visual anos 80. O jingle do comercial d aloja na tv é assustador.

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