quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

This Is Not a Burial, It's a Resurrection

"This Is Not a Burial, It's a Resurrection", de Lemohang Jeremiah Mosese (2021) Vencedor do prêmio de "Visionary filmmaking" no Festival de Sundance, "This Is Not a Burial, It's a Resurrection" tem um dos visuais mais impressionantes que assisti de um filme realista, captada nas lentes de Pierre de Villiers. O filme me apresentou ao país africano de Lesoto, que eu desconhecia, e foi indicada pelo país a uma vaga ao Oscar de filme internacional em 2021. Co-produzido por Lesoto, África do Sul, Estados Unidos e Itália, o filme tem na presença magnética da atriz veterana Mary Twala a sua grande força. Sul africana, Mary faleceu logo após as filmagens, aos 79 anos. Em um vilareho rural e pobre, vive a idosa Motoa (Twala). Sozinha e de luto após a morte do marido e dos filhos, Motoa se prepara para a própria morte e para ser enterrada ao lado de seus ancestrais. Quando o governo decide criar uma barragem que irá atravessar a aldeia, casas e o cmeitério, onde os entes queridos de Motoa estão enterrados. Se recusando a remover os corpos, que para os moradores, é uma profanação, Motoa decide iniciar um movimento contra a urbanização do local e resistir à modernidade. O filme tem um ritmo lento e contemplativo, com movimentos de câmera e edição que favorecem o olhar etnocentrico e antropológico da região, mas sem um olhar estrabgeiro, até porque o diretor e cineasta é nativo do país. Cada fotograma lembra uma grande pintura, com cores ralçadas pela fotografia, uma exaltação à natureza e o convívio do homem e o ambiente natural em que vive. Mary Twala, que além de filmes, participou de "Black is king", um filme arte realizado por Beyoncé para divulgar 'O Rei Leão" em 2020, tem uma presença em cena quase espiritual, onde, mesmos em fala, exala força dramática.

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