domingo, 21 de maio de 2023

Sergio Leone- O italiano que inventou a América

"Sergio Leone - L'italiano che inventò l'America", de Francesco Zippel (2022) Você sabe a qualidade de um documnatário através dos depoentes que surgem falando sobre o tema proposto no filme. E aí o espectador se depara com relatos extremamente apaixonados de cineastas, atores, críticos de cinema e produtores que reverenciam Sergio Leone e assumem que trazem muito de seue stilo próprio de filmar para os seus projetos: Quentin Tarantino, Steven Spielberg, Martin Scorsese, Tsui Hark, Clint Eastwood, Robert de Niro, Frank Miller, Jacques Audiard, Giuseppe Tornatore, Darren Aronofsky, Jennifer Connely, Ennio Morricone, Dario Argento e Damien Chazelle. O filme é uma verdadeira aula de cinema, e obviamente, me vi em prantos em diversos momentos, principalmente quando surge ennio Morricone e revemos cenas icônicas dos filmes, impensáveis sem as trilhas. Aliás, a entrevista de Morricone ao cineasta Franceso Zippel foi a sua última em vida. O filme começa com um depoimento de Leone, que resume a sua história: "Nasci no cinema, leio cinema, vivo do cinema, vejo cinema. Para mim, o Cinema é vida e vice versa.". Filho de pais atores, seu pai, Vincenzo Leone, era também cineasta. Leone diz ter crescido em sets de filmagem, e claro, sua paixão veio daí. Leone sempre foi apaixonado pelo cinema americano, tão diferente do realizado na Europa. Spielberg se compara a Leone ao dizer que ambos colocam o filme pelo olhar da criança, do infantil. Tarantino diz que, assim como Leone, o gênero está em primeiro lugar. A parte dedicada a Clint eastwood é uma delícia: CLint não falava italiano, Leone não falava inglês, e ainda assim, fizeram 3 filmes, que alçaram Eastwood ao estrelato. O filme "Por um punhado de dólares" teve inspiração em 'Os sete samurais", de Kurosawa. Elli Wallach, ator de 'Três homens em conflito", dá um depoimento sensacional. Quando seu agente lhe disse que um diretor italiano queria convidá-lo para um filme, Wallach perguntou. "Que filmes ele faz?". O agente respondeu: "Western spaghetti.". Ao que wallach retrucou: "Que filme é esse? Parece pizza havaiana. Nunca ouvi falar." A parte onde os engenheiros de som e sonoplastas dão depoimentos é demais, falando da rivalidade com Morricone e do perfeccionismo de Leone em reproduzir os efeitos sonoros em estúdio. O produtor de cinema Arnon Milchen encontrou Leone em Cannes e o perguntou porque estava tanto tempo sem filmar, de 1971 a 1983. Leone, que havia recusado dirigir "O poderoso chefão", estava se guardando para o seu filme definitivo, que os produtores estavam se recusando a bancar. Era "Era uma vez na America", e Milchen decidiu bancar. O filme fez sucesos em Cannes, mas os chefões da Warner Bros obrigaram a reeditar o filme de 3:45 em 2:45, destruindo o projeto e certamente, favorecendo a morte precce de Leone, que morreu em 1989, aos 60 anos. O filme termina mostrando Clint Eastwood falando em italiano ao receber um Leão de ouro honorário em Veneza no ano de 2000. Quando perguntado o que falaria a Leone caso estivesse vivo, Eastwood diz: "Obrigado pelas memórias."

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