quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

O dia do gafanhoto


"The day of the locust", de John Schlesinger (1975)
Podemos contar nos dedos de uma mão quantos cineastas conseguiram realizar 4 obras primas consecutivas: John Schlesinger lançou "Perdidos na noite", "Domingo sangrento", "O dia do gafanhoto" e "A maratona da morte". Adaptado do livro de Nathanael West, o filme é um cruel e trágico estudo sobre pessoas anônimas que sonham em acontecer em Hollywood dos anos 30, afundada pela depressão americana. O gafanhoto do título é uma gíria dada às pessoas sme rosto, anônimas, à margem da sociedade. São elas que provocam a antológica cena final, a vingança da população contra o glamour do cinema.
Tod (William Atherton) é um jovem diretor de arte que chega em Hollywood para arranjar um emprego em estúdios de cinema. Ele se torna vizinho de Faye (Karen Black), uma figurante que sonha em ser estrela. Ela mora com seu pai, Harry (Burguess Meredith), um ex-palhaço, e é cortejada tanto por Tod, quando por Homer Simpson (Donald Sutherland).
O filme , lançado em 1975, impressiona pela sua direção de arte e principalmente, pela quantidade de figurantes em cena. É uma super produção caríssima, daquelas de encher os olhos e que certamente hoje em dia somente seria possível usando computação gráfica. Karen Black na época era uma grande estrela, e Burguess Meredith foi indicado ao Oscar como ator coadjuvante, assim como a bela fotografia. A sequência final, na pré-estréia do novo filme de Cecil B. de Mille, é aterrorizante, um olhar cruel sobre a indústria dos sonhos.

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