quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Julio sumiu


"Julio sumiu", de Roberto Berliner (2014)
Longa de ficção de estréia do produtor e documentarista Roberto Berliner, "Julio sumiu" é uma adaptação de um livro escrito pelo Casseta Beto Silva, o que justifica o olhar repleto de clichês sobre tantos tipos cariocas, banhados em pura malandragem: a secretária gostosa, o traficante do morro, o delegado corrupto, o pai militar, o filho maconheiro, e claro, a cidade do rio de Janeiro dividida entre asfalto e morro.
O elenco estelar é eclético: Lilia Cabral, Fiuk, Augusto Madeira, Carolina Dieckmann, Babu Santana, Leandro Firmino, Stepan Nercessian, Renata Castro Barbosa, Dudu Sandroni, Pedro Nercessian. O filme foi lançado em 2014, mas se tivesse sido realizado hoje, certamente o olhar desses personagens, sob o ângulo do politicamente correto teria sido diferente. Afinal, ver Leandro Firmino fazer uma paródia de Zé Pequeno novamente seria impensável hoje em dia.
Edna (Cabral) e Eustáquio (Sandroni) formam um casal classe média, moradores da Rua Santo Amaro, na Glória, ao lado de uma comunidade. Ao acordar, Edna dá por falta de seu filho Julio (Pedro Nercessian), que ela acredita ter desaparecido. Ela pede para que Silvio (Fiuk), seu outro filho, a ajude a procurar por Julio. Mas Silvio está mais a fim de fumar maconha com seus amigos. Acreditando que seu filho tenha sido sequestrado pelo traficante Tião Demônio (Firmino), Edna sobe o morro. O que ela não esperava é que começasse um tiroteio, e que Tião deixe com ela 20 pacotes de cocaína, que ela leva para casa. Só que Silvio vê a cocaína e vende para pagar suas dívidas.
O filme tem um humor cheio de sacanagem e palavrões, bem ao gosto da linguajar carioca. Politicamente correto passou longe. Para quem curte um filme com bons atores, "Julio sumiu" pode ser uma boa pedida. Tem seus momentos, e alguns valem a pena. A curiosidade é ver na fotografia os fotógrafos de Kleber Mendonça, Fabrício Tadeu e Pedro Sotero.

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