sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Mank


"Mank", de David Fincher (2020)
Drama que retrata a tumultuada relação entre o roteirista de cinema Herman J. Mankiewicz e o cineasta Orson Welles, durante a elaboração do roteiro de "Cidadão Kane". Ambientado nos anos 30 pós depressão americana, o filme apresenta a fábrica de sonhos do cinema, enquanto o mundo caminha para o caos entre guerras, com profundo desemprego. Mas o mundo do cinema mantém o seu glamour, retratado pelo magnata William Randolph Hearst (Charles Dance) e sua esposa, a atriz fracassada Marlon Davies (Amanda Seyfried), ambos inspirações não creditadas para Kane e sua esposa. Mankiewickz (Gary Oldman) luta contra o alcoolismo, e entre as relações com os poderosos do cinema e com Orson Welles (Tom Burke), escreve o roteiro daquele que seria considerado o maior filme da história do cinema, e que acabou ganhando o único de seus 9 Oscars, de melhor roteiro, dividido entre Mankiewicz e Welles. O filme deixa claro que a autoria é toda de Mankiewkicz. Na entrega do Oscar nenhum dos dois esteve presente. Welles estava filmando no Rio de Janeiro em 1942.
David Fincher pediu ao seu fotógrafo Erik Messerschmidt que reproduzisse fielmente a fotografia em preto e branco de Gregg Toland de "Cidadão Kane". Toda a ficha técnica do filme é exemplar: direção de arte, maquiagem, figurino, trilha sonora. Gary Oldman está brilhante, como sempre, e Tom Burke reproduz com fidelidade o jeito de Orson Welles falar. Amanda Seyfried nunca teve chance de provar o sue talento, mas aqui ela está deslumbrante. É um filme complexo para quem não curte os bastidores do cinema, pois é bastante hermético e autoral assim como foi "Cidadão Kane". É um filme para cinéfilos, principalmente para os apaixonados pelo filme de Welles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário