quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Sócrates

"Sócrates", de Alexandre Moratto (2018) Longa de estréia do documentarista e curta-metragista Alexandre Moratto, "Sócrates"ganhou mais de uma dezena de prêmios internacionais, entre eles, o Spirit Awards como diretor estreante, Festival do Rio com o Prêmio Felix, voltado para filmes LGBTQI+. e o Festival Mix Brasil. Herdeiro direto do estilo de filmagem dos belgas irmãos Dardenne, também documentarista, Morattto cola a sua câmera no rosto do ator Christian Malheiros e é ali que ela fica, durante os quase 80 minutos do filme. O drama remete a filmes clássicos dos irmãos Dardenne, como "Rosetta", e até mesmo a "Os incompreendidos", de Truffaut, só que aqui, o filme trabalha a sexualidade do protagonista, Sócrates, um rapaz de 15 anos de idade. Seu pai o abandonou quando descobriu que ele é gay. Sua mãe, faxineira d euma empresa, acaba de morrer. Sem família, sme amigos, Sócrates faz de tudo para manter sua dignidade, mas não consegue: faminto, sem dinheiro para pagar aluguel, ele tenta se prostituir, come lixo, pede favores que raramente vem. Nesse ato de desespero, ele recebe uma ajuda de um rapaz que ele conhece em uma obra, homossexual enrustido. Mas a felicidade dura muito pouco na vida de Sócrates. O filme é um verdadeiro mundo cão na vida de um adolescente que poderia ter virado "Pixote" ou qualquer um dos garotos de "Cidade de Deus". Impossibilitado de trabalhar, o filme discute várias questões sociais: homofobia, abandono familiar, desemprego, evasão escolar. O cineasta e roteirista Moratto escreveu o filme em homenagem à sua mãe falecida em 2014,e com o pensamento de um norte perdido na ausência da figura materna. 'Sócrates"é um bom filme, realizado da forma possível, com baixo orçamento mas com muita vontade de querer ser um filme vencedor. O ator Christian Malheiros é uma grande revelação.

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