sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Cyrano, meu amor

"Cyrano, mon amour", de Alexis Michalik (2018) Excelente comédia francesa, um hino de amor ao Teatro e às Artes de uma forma geral ( Cinema, escrita). O filme me remeteu o tempo todo à obra-prima de Ettore Scola, "A viagem do Capitão Tornado", que fala sobre uma trupe mambembe de Teatro se apresentando para pessoas desinteressadas por Cultura. O roteiro de "Cyrano, meu amor", é um primor, escrito pelo próprio Diretor, Alexis Michalik. Dentro da estrutura, ele brinca em vários níveis com a história de Edmond Rostand, o escritor que escreveu o clássico "Cyrano de Berjerac" em 1897. Edmond (Thomas Solivérès, excelente) é um jovem poeta que escreveu uma peça para a famosa Atriz Sarah Bernardt. Mas a peça é um fracasso. Edmond fica 2 anos sem escrever nada, em crise de criatividade. Casado e com dois filhos, afundado em dívidas, ele é apresentado por Sarah ao famoso ator Constant Coquelin (Olivier Gourmet, fabuloso). Coquelin está em desgraça: ao sair da famosa Companhia Comedia Française, ele foi proibido de se apresentar em qualquer teatro de Paris. Mas ele topa a empreitada de Edmond e aceita protagonizar sua próxima peça, que ainda nem está escrita. Se inspirando na história do seu melhor amigo, um ator bonito mas sem talento para a escrita, apaixonado por uma mulher que adora ouvir poesias, Edmond passa a escrever a famosa peça. Com um talento impecável de todo o elenco ( o próprio Diretor Alexis Michalik interpreta Georges Feydeau, o maior autor da época) e uma parte técnica de primeira linha ) Direção de arte, maquiagem, figurinos, fotografia, trilha sonora), "Cyrano , meu amor" é um filme que prima pela sua paixão ao universo Teatral. O espectador acompanha todo o processo de criação de uma obra, com todos os seus revezes, de forma genial, divertida e apaixonante. Costurado como uma comédia romântica, o filme traz todos os elementos para agradar a platéia, em uma junção feliz entre Arte e entretenimento.

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