sábado, 21 de setembro de 2019

Aya Arcos

"Aya Arcos", de Maximilian Moll (2014) Longa de estréia do cineasta e artista plástico alemão Maximilian Moll, "Aya Arcos" é um drama LGBTQI+ que promete, promete e não entrega quase nada. Fosse um curta teria sido muito mais interessante, mas como longa faltou um roteiro com plot e diálogos melhor desenvolvidos. Tudo no filme é amador: direção, fotografia, captação de som, diálogos. Os atores brasileiros ( o filme é rodado no Rio de Janeiro) fazem o que podem em desenvolvimento pobre de personagens. Nos anos 80, foi rodado um filme alemão no rio de Janeiro chamado "Via Appia", que esse sim, foi honesto com a sua proposta, mesmo não sendo um filme tecnicamente bom. "Via Appia" é um filme obscuro, sujo, fetichista, repleto de imagens e cenas viscerais que praticamente documentam a rotina de garotos de programa na Via Appia ( zona de prostituição masculina no Rio) e nas saunas gays da cidade, com cenas eróticas registradas sem censura. "Aya Arcos" quer falar da mesma ambientação, mas falha por se censurar: quer falar de HIV, garotos de programa, fetiches, orgias, submundo, mas mostrando cenas de sexo com personagens cobertos por lençóis ou filmados apenas em closes. O filme não ficou nem uma coisa nem outra: é sim, frio, sem emoção, vazio e totalmente de ambientação fake: dá para acreditar em um apartamento de garotos de programa todo decorado e arrumadinho e com um Poster do clássico brasileiro 'Sinhá Moça"???? Edu é um homem de meia idade, escritor e morador da Lapa que se apaixona por Fabio, um garoto de programa de 21 anos. O problema é que Fabio não transa com camisinha e nem se preocupa se contrair doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV. Edu se preocupa, fica tenso, mas nem por isso deixa de continuar transando com Fabio, sem camisinha. Edu fica com ciúmes dos amigos de Fabio, também garotos de programa e mais jovens. O fato do filme ter sido rodado sem dinheiro não justifica entregar um filme ruim. Faltou alguém que desse um selo de qualidade ao projeto.

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