Taris, o rei da água

"Taris, roi de l'eau", de Jean Vigo (1931) Antes de suas obras -primas "Zero de conduta", de 1933, e "O Atalante", de 1934, o cineasta francês Jean Vigo havia lançado "Taris, o rei da ;agua". O filme é um curioso e didático documentário apresentado pelo medalhista olímpico de natação francês Jean Taris, que apresenta diversas modalidades de natação. Mas por trás desse singelo filme, 2 elementos surgem para revolucionar o filme lançado em 1931: a técnica de filmagem, utilizando câmera submarina, uma raridade até então, e ângulos inusitados, além de truques de câmeras lentas e outros recursos estilísticos que o diferenciam de um documentário comum. É possível ver a assinatura de um cineasta. Mas talvez o que tenha tornado esse filme famoso por décadas, é o seu forte homoerotismo: Jean Marais se apresenta de sunga feita de algodão, e molhada, dá para perceber o contorno da genitália. Isso, além do corpo do nadador em poses sensualmente sedutoras, fizeram furor entre a comunidade lgbt. É divertido nos dias d ehoje observar que já havia uma segunda intenção ao se realizar o filme, e por isso mesmo, vanguardista no quesito do cinema erótico. Lembrando que em "O atalante" Jean Vigo ousou ao mostrar um casal tendo sonhos eróticos e se masturbando, e isso em 1934.