segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

O porteiro da noite

"Il portiere di notte", de Liliana Cavani (1974) "O porteiro da noite", de 1974, e 'Saló", de Pasolini, de 1975, foram lançados com 1 ano de diferença e ambos os filmes são historicamente dois dos filmes mais controversos e polêmicos do cinema italiano, quiçá mundial. Retrato de um cinema político, de choque, de repulsa e que certamente, lançados nos dias politicamente corretos de hoje, seriam rechaçados pela sua misoginia e objetificação do corpo feminino, além da representação do praezr erótico sobre as torturas e violência física e moral dos oficiais nazistas para com as judias. Certamente um precursor do "nazi exploitation", filmes eróticos e violentos que mostram cenas de sadismo de oficiais contra mulhere sjudias, "O porteiro da noite" provocou uma verdadeira onda de banimento entre críticos e distribuidores que consideravam o filme um lixo cultural e moral. É difícil recomendar o filme para alguém assistir. é violento, imoral, e lida com um tema delicado demais. Mas como cinéfilo, não posso deixar de registrar a coragem de uma diretora e roteirista como a italiana Liliana Cavani de lançar há 50 anos atrás esse filme, e ainda convencer as estrelas Dirk Bogarde e Charlotte Rampling a protagonizar o filme. Acabou que o filme se tornou um clássico, e ajudou a lançar uma revolução cultural na moda e no comportamento, glamurizando o sexo fetichista e sadomasoquista. Rampling é Lucia, e Bogard, Max. Durante a 2a guerra, ela foi torturada por um oficial nazista e ambos mantinham uma relação baseada em dôr e prazer. Treze anos após o fim da guerra, Lucia reencontra seu torturador Max como porteiro de um hotel em viena onde ela se hospeda com seu marido, um famoso maestro que irá fazer uma apresentação naquela noite. No dia seguinte, ela decide não acompanhar o marido em sua viagem e fica para encarar de vez Max e assim, resgatar a relação de outrora. A cena de Lucia semi-nua, de couro cantando uma música de Marlene Dietrich para oficiais nazistas é antológica.

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