sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Takara- A noite em que eu nadei

"Takara - La nuit où j'ai nagé", de Kohei Igarashi e Damien Manivel (2017) Há tempos eu não assistia um filme tão minimalista como esse aqui, talvez apenas em filmes iranianos, como "O balão branco". A premissa do filme pode ser contada em apenas uma linha, e durante os quase 80 minutos do filme, sem diálogos, acompanhamos um menino de 6 anos que, saudoso do pai, vai em sua busca, fugindo da escola e tentando encontrar o local do trabalho dele. Takara ( o personagem e o ator mirim têm o mesmo nome) todo dia acorda com o barulho do carro do seu pai, que sai de madrugada pro trabalho, no mercado de peixe. Ao sair de casa com sua irmã para a escola, ele decide sair pelas estradas repletas de neve e perambular pela cidade. O filme é repleto de pequenos momentos , quase um documentário. Bastante melancólico, o filme faz um retrato de certa forma fria e cruel da sociedade japonesa, da falta de compaixão e de comunicação entre as pessoas. O menino de 6 anos vaga pelas ruas o dia todo, e simplesmente nenhum adulto estranha a solidão do menino. Como uma fábula, o filme começa com "As quatro estações de Vivaldi", fazendo a junção entre as culturas ocidental e oriental (assim como a dupla de cineastas, um japonês e um francês). O ritmo é bastante lento, e pode aborrecer espectadores menos acostumados com um cinema mais contemplativo. Linda fotografia e o pequeno Takara é um colírio para os olhos, uma fofura total. O filme foi exibido no Festival de Veneza 2017.

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