domingo, 23 de setembro de 2018

O samurai

"Le samourai", de Jean Pierre Melville (1967) Um dos filmes preferidos de Tarantino, essa obra-prima de 1967 é uma adaptação do livro de Joan Mcleod. Primoroso em todos os seus quesitos técnicos: roteiro, fotografia em tons acizentados de Henri Decaë, trilha sonora jazzística de François de Roubaix , montagem vigorosa de Monique Bonnot e Yolande Maurette e o talento magnético de Alain Delon , em mais um de seus personagens antológicos, depois de "O sol por testemunha" e de dois clássicos de Visconti, "Rocco e seus irmãos"e O leopardo". Jean Pierre Melville era um grande apaixonado pelo cinema americano e sua linguagem, especialmente o cinema noir, que ele homenageia espetacularmente aqui. Melville foi contra a corrente dos cineastas da Nouvelle Vague, que estavam em busca de novas linguagens e o movimento estava tomando conta da França. Alain Delon interpreta Jef Costello, um assassino de aluguel que mora sozinho em um cafofo, junto de seu passarinho, preso em uma gaiola. Jef segue a regra dos samurais, sempre de forma meticulosa e solitária. No entanto, ao cometer seu próximo assassinato, ele é visto por uma testemunha, uma pianista de um bar. Jef é preso como suspeito, mas logo em seguida, solto. Tanto a polícia quanto os criminosos que o contrataram estão em sue encalço. O filme é repleto de cenas antológicas, entre elas, 2 de destaque: a perseguição no metrô, ao final; e a brilhante cena de 2 policiais grampeando o seu apartamento. essa cena é uma aula de montagem e edição de som: silenciosa, apenas com o pio do passarinho como fundo sonoro, é uma cena bastante tensa. Alain Delon representa aquele assassino elegante, bem vestido, frio e meticuloso, que apaixona as mulheres. Confesso que eu jamais havia ouvido falar desse filme, e somente tomei conhecimento após assistir ao documentário de Bertrand Tavernier, onde ele homenageia o cinema francês: "O cinema através do cinema francês". Obrigatório!

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