segunda-feira, 3 de setembro de 2018

A câmera de Claire

"La caméra de Claire", de Hong Sang-soo (2017) Tem amigos meus cinéfilos que não aguentam mais assistir aos filmes do sul coreano Hong Sang-soo, afirmando que todos os seus filmes são exatamente iguais. Isso é uma verdade. Hong Sang-soo tem tratado do mesmo tema em todos os seus filmes, principalmente dos últimos, onde ele discute o mesmo tema da protagonista que trabalha com cinema e que é amante do Diretor do filme. Essa expiação da vida pessoal do diretor e da atriz fetiche dele, Kim Mee Hee, está exposta nesses filmes. Todo mundo já sabe que Hong Sang Soo era casado e que traiu sua esposa com Kim Mee hee. Ele acabou se separando da esposa para ficar com a atriz. Em "A câmera de Claire", óbvio, a história se repete. Opa, não apenas a história, mas sim, a forma de contar essa narrativa: os mesmos planos longos, as mesmas cenas ambientadas em restaurantes, a lado de bebidas; muito papo improvisado, muitas falas jogadas fora....a câmera dando zoom para não ter que cortar o plano...; e o trabalho de edição, que mistura as cenas de forma descontínuas e atemporais, forçando o espectador a refletir um pouco sobre o que acabou de ver: é passado, presente ou um fast forward de algo que ainda irá acontecer? O filme é todo ambientado durante o Festival de Cannes ( Hong San Soo dirigiu o filme durante o Festival de Cannes em 2016, em apenas 2 semanas! e escalou novamente Isabelle Huppert, que já tinha trabalhado com ele em "A visitante francesa"). Man Hee é uma jovem da área comercial de uma produtora de filmes da Coréia do Sul. Sem entender o porquê, a sua chefe a demite em pleno Festival. Perambulando pelas ruas, Man Hee conhece a professora Claire (Huppert), que veio acompanhar uma amiga cineasta no Festival. Claire tem o hábito de fotografar pessoas anônimas e assim, acaba interferindo sem querer nas vidas de Man Hee e de seu amante o diretor sul coreano. O que mais gostei no filme, foi conhecer a cidade de Cannes, apresentada belamente aqui no filme, através de belas ruelas, restaurantes e praia. O filme em si é o mais do mesmo, mas pelo menos, tem Isabelle Huppert e é curto, 69 minutos. Quando vai encher o saco, acaba.

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