sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Conquistar, Amar e Viver Intensamente

"Plaire, aimer et courir vite ", de Christopher Honoré (2018) A filmografia do francês Christopher Honoré me interessa bastante. Desde os excelentes "Em Paris" e "As canções de amor", que não deixo de assistir a um filme seu. Seus filmes geralmente versam sobre relacionamentos apaixonantes mas envoltos em auras de tragédias e mortes, onde a saudade bate forte à medida que a ausência consome os personagens. Novamente apostando na temática do amor entre um casal gay, Honoré ambienta seu filme no ano de 1993, quando a Aids e o HIV continuam matando a comunidade gay de forma desenfreada. É dentro desse panorama maldito, que Jacques ( Pierre Deladonchamps) , de "O Segredo do lago" e Arthur (Vincent Lacoste ) se conhecem, dentro de uma sala de cinema, onde esta sendo exibido "O piano", de Jane Campion. Jacques tem 35 anos e é escritor. Arthur tem 20 anos e deseja estudar cinema. Jacques é de Paris, Arthur é de uma cidade pequena e quer se mudar para Paris para poder flertar com quantos homens quiser, agora que ele resolveu se assumir publicamente como homossexual. Jacque sé portador do HIV. Entre a culpa e o desejo, os 2 personagens perambulam em círculos, buscando outros parceiros, mas acabam retornando um ao braço do outro. Honoré bem que tenta em alguns momentos trazer o gênero musical ao filme ( em 'As canções de amor", literalmente o filme vira musical. O filme é repleto de música, a fotografia privilegia a luz noturna da cidade, melancólica. Mas é um filme ao mesmo tempo sexy e triste. As cenas de sexo são sensuais, os atores estão ótimos, mas a sua longa duração pesa contra, são 2:13 horas, totalmente uma loucura, podendo ter sido cortado em pelo menos 20 minutos. O filme foi exibido em competição no Festival de Cannes 2018. Não é seu melhor filme, mas para quem curte filmes românticos protagonizados por personagens gays, e ainda por cima, filme verborrágico onde falam sem parar, aqui é a pedida certa.

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