terça-feira, 16 de outubro de 2018

A esposa

"The wife", de Björn Runge (2017) Aclamado por quase toda a crítica como a melhor performance de Glenn Close, "A esposa" é um drama que durante a sua primeira metade, me deixou muito irritado com a passividade da esposa em relação ao seu marido. O filme começa com a notícia de que o famoso escritor Joe Castleman (Jonathan Pryce) acaba de descobrir que ganhou o Prêmio Nobel de literatura do ano de 1992. Ele comemora com a sua esposa, Joan (Glenn Close). Ao longo do filme, e em flashbacks interpretados por Annie Starke, filha na vida real de Glenn Close, descobrimos que quem escrever na verdade, os livros de Joe, foi Joan. O casal mantém um pacto escondendo essa informação de todos, até que um jornalista, Nathaniel (Christian Slater), resolve entrevistar Joan e passa a desconfiar da verdadeira autoria da sobras. É impossível não se lembrar do filme francês "Sr e Sra Adelman". A história é muito parecida, o que difere, é a estrutura narrativa. Em "Adelman", somente nos minutos finais ficamos sabendo que a Sra Adelman é que era responsável por toda a obra do marido. Em "A esposa", o espectador já sabe nos primeiros minutos, e fico imaginando o quanto que as feministas não devem ter ficado irritadas com o filme. Mas aí, numa virada espetacular, Joan dá o troco. Com uma direção elegante e trilha sonora enaltecendo ambiente de glamour que rege a elite intelectual, o filme tem momentos de grande performance. Tecnicamente impecável, e altamente recomendado para espectadores que buscam um projeto adulto e provocativo. O tema do filme certamente suscitará discussões acaloradas a respeito de lealdade, rancor, desgosto e claro, o papel do "Ghostwriter' na autoria de uma obra.

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