quinta-feira, 15 de maio de 2025

Vadakkan

"Vadakkan", de Sajeed A (2023) Terror sobrenatural indiano, "Vadakkan" é uma mistura ruim de "Incovação do mal" com "A bruxa de Blair". Com atores fracos, direção e edição frouxos e um terror inexistente, o filme tem cenas filmadas em Helsinki, Finlândia, e em Kerala, Índia. Um professor de atividades paranormais de uma Universidade em Helsinki o indiano Raman, recebe uma ligação da polícia indiana pedindo para que ele ajuda a investigar um crime ocorrido durante as filmagens de um reality show em Kerala, uma ilha na índia. Uma equipe de filmagem e os 6 competidores morreram em atitudes estranhas. Raman decide ir com sua assistente e namorada Anna. Chegando em Kerala, ele é recebido pela esposa do falecido diretor do reality, Megha, que foi ex-namorada de Raman. Eles assistem às gravações e às possessões dos envolidos no reality. Ao chegarem ao local das filmagens, fatos estranhos passam a contecer entre os Raman, Anna e Megha. O filme tem como pano de fundo uma lenda hindu. Mas infelizmente nada funciona no filme. Os efeitos são ruins, e o elenco também não ajuda, deixando a história correr em interesse com personagens sem carisma.

Blue gate crossing

"Lan se da men", de Chih-yen Yee (2002) Se Wong Kar Wai tivsse realizado um filme sobre amores adolescentes, esse filme certamente seria "Blue gate crossing", um drama juvenil LGbtqiap+ de Taiwan. O filme tem uma narrativa e um estilo visual totalmente condizente com o estilo de cinema de Wong Kar Wai: enquadramentos rigorosos, fotografia estilizada com muitas cores nas noturnas, personagens em devaneios de melancolia e profunda solidão vivendo amores impossíveis. Um triângulo amoroso entre 2 garotas e um garoto que estudam na mesma high school é capitaneado por Meng Kerou (Guey Lun-Mei), uma adolescente que tem paixão platônica por sua melhor amiga, Lin Yuezhen (Liang Shu-Hui). Lin no entanto está sentindo um crush por Zhang Shihao (Chen Bo-Lin), um aluno popular e que ama natação. Meng aproxima os dois, mas Zhang acaba se apaixonando por Meng, que fica em conflito com sua sexualidade. Premiado em diversos festivais asiáticos, o filme tem um elenco de rostos bonitos e talentosos, que se tivesse uma versão americana, seria um filme de John Hughes. Chen Bo-Lin, que é o aluno nadador, lembra muito o astro TAkeshi Kaneshiro numa versão teen.

Dark blue girl

"Die Tochter", de Mascha Schilinski (2017) O festival de Cannes 2025 começou na competição oficial com o 2o longa da alemã Mascha Schilinski, que foi bastante elogiado. "Dark blue girl" é o seu 1o filme, e concorreu no Fetsival de Berlim. É uma co-produçao Alemanha e Grécia e traz um tema bastante polêmico: o complexo de Édipo pelo ponto de vista de uma menina de 7 anos, Luca (Helena Zengel, excelente, em papel muito complexo). Quando Luca tinha 5 anos, ela decsobriu que seus pais, Jimmy (Karsten Antonion Mielke) e Hannah (Artemis Chalkidou) se separaram. ela passou 2 anos dividindo seu espaço entre a casa de um e de outro, aproveitanodo ao máximo da intimidade de cada um. Quando eles decidem morar juntos novamente, Luca reage mal. Ela fica enciumada com a intimidade entre eles e passa a desejar o fim do relacionamento. Com belíssimas locações filmadas na Grécia, o filme traz uma excelente dinâmica entre os 3 atores em registro naturalista. Existem cenas perturbadoras como a que Luca testemunha os pais fazendo sexo no quarto, ou quando ela dorme com o pai numa grande intimidade, mas em momento algum a diretora procura sexualizar a relação entre pai e filha.

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Premonição 6- Laços de sangue

"Final destination- Bloodlines", de Zach Lipovsky e Adam B. Stein (2025) Alardeado pelo rotten tomatoes com 92% de aprovação, essa "Parte 6" da famosa franquia, que teve a parte 5 lançada em 2011, retorna 14 anos depois trazendo uma boa novidade no roteiro que já mostrava há tempos um sinal de cansaço pela repetição dos fatos: dessa vez, as pessoas qe morrem após a premonição de um protagonista, não são amigos ou pessoas próximas salvas por ele. Quem morre são parentes de uma família, dos vários sobreviventes de um acidente ocorrido nos anos 60 em um futurista mirante chamado Sky view, que contém bar, restaurante e salão de baile. É ali que Iris (Brac Bassinger no passado, GAbrielle Rose nos dias atuais) teve a sua premonição e salvou várias pessoas. Só que os anos passaram, todas as famílias dos sobreviventes morreram. Dessa vez, é a família de iris, encabeçada por Stefani (Kaitlyn Santa Juana) , uma estudante que retorna para a sua cidade natal para localizar sua avó desaparecida e salvar a sua família. Continuo achando a parte 3 melhor de todas, a da montanha russa. As mortes foram mais icônicas e os protagonistas eram mais carismáticos. Aqui, no entanto, 2 fatos fazem a diferença e fazem a pena assistir ao filme: 1) O personagem tatuador de Erik (Richard Harmon) é excelente. Ele é sarcástico, cheio de humor e ironia, e duas das melhores cenas do filme são com ele: na sala de tatuagem e na sala de ressonância magnética. 2) É emocionante a forma como o personagem de Tony Todd, William Bludworth, se despede no filme. É um testamento do próprio Todd, falecido em 2024. O ruim é que o filme tem efeitos CGI bem ruins. A da sky view mesmo tem momentos toscos. Mas a que finaliza o filme, é da pior qualidade, destôa por completo do filme. e não deixa de ser uma forma de homenagear as famosas toras do 2. Mas não rolou.

Serra das almas

"Serra das almas", de Lírio Ferreira (2024) A depender de 'Serra das almas", o mundo é comandado por homens que são a representação da escória e do que a humanidade tem de pior. Cade às mulheres a perspicácia, a sabedoria, a inteligência e o combate à corrupção moral e física, e claro, através da sororidade que as une nessa luta. O roteiro traz uma estrutura tarantinesca, principalmente de "Cães de aluguel"e "Pulp fiction": a temporalidade vai e volta, começando por um flash forward e aos poucos, apresentando os personagens, a sua real índole e personalidade e fazendo, através dessa montagem, personagens que já morreram, surgirem mais adiante, assim como foi com John Travolta. 7 pessoas se encontram em um cativeiro no meio do sertão pernambucano: a jornalista Samanta (Julia Stockler) e sua estagiária um casal (Pally Siqueira), os dois sequestradores (Ravel Andrade e David Santos), o caal dono do casebre (Jorge Neto e Mari Oliveira) e um desconhecido (Vertin Moura), que se revela ser alguém importante. No meio da tensão psicológica, cada um tenta sobreviver `à loucura que vira o ambiente. Um faroeste do agreste, 'Serra das almas" tem no trabalho do elenco a sua grande força. Através da mescla de drama, ação e thriller, o elenco pode trabalhar diversas camadas e se jogar por completo. A maquiagem também tem um papel fundamental, para dar veracidade aos efeitos de caracterização.

Fur coat and no knickers

"Fur coat and no knickers", de Paul Ward (2009) Drama indie irlandês LGBTQIAP+, "Fur coat and no knickers" traz ainda elementos de humor e romance para uma produção amadora e baixíssimo orçamento, mas nem por isso, menos interessante. Essa atmosfera marginal confere ao filme uma atmosfera vintage, dos primeiros filmes de Stephen frears ou Mike Leigh dos anos 80, mas sem a criatividade desses diretores. É um filme queer em sua essência, apresentando 2 jovens amigos atores que são gays assumidos. Ambos vivem fazendo audições. Moradores de Dublin, Stephen e John fazem o que se espera de atores em busca de um lugar ao sol: ir atrás de uma boa oportunidade. Eles perturbam o agente por mais audições. John tem um namorado que está preso. Stephen, por sua vez, conhece em um flerte na rua um homem mais velho, David. Quando vai fazer uma audição, decsobre que David é o diretor do projeto. O filme é charmoso, tem personagens divertidos e carismáticos. Tem uma cena mais densa no final, quando Stephen é dopado em uma boite por duas pessoas,levado para sua casa e prestes a ser violado. ë uma cena que destoa do restante do filme, que tem um tom mais leve.

Gatecrasher

"Gatecrasher", de Paul Cockcroft (2012) Drama inglês LGBTQIAP+ que mostra uma relação abusiva e de interesses entre um famoso e premiado escritor gay, James Francis (Frank Ryan), e um jovem aspirante a ator, Ryan Prescott (Mark Jenkins). Ryan faz audições mas nunca passa. Seu agente começa a ficar preocupado com Ryan, que acredita que o que ele precisa, é de um bom texto para provar o seu talento. Até que ele decide ir atrás do renomado escritor James, que ele tem certeza, poderá escrever um texto para ele que mostre seu talento. Ryan começa a stalkear James em todos os lugares que ele vai: nuam palestra, em um café e até no hotel em que ele se hospeda. James, entendendo o desejo de Ryan de querer um texto seu, passa a se aproveitar da situação e exige favores sexuais. O filme mostra de uma forma crua um tipo de relacionamento que é clichê no meio artístico: a troca de favores tendo o sexo como mercadoria. O final tem um desfecho inesperado, mas de retso, tudo é bastante previsível. Os dois atores são bons e os diálogos são incisivos.

terça-feira, 13 de maio de 2025

Premonição 4- O destino final

"The final destination", de David R. Ellis (2009) Chamada no Brasil de "Premonição 4", esse 'The final destination" supostamente deveria ter sido o último para fechar a franquia. Mas foi o que melhor rendeu em bilheteria, e daí, novas partes seriam inevitáveis. De crítica, no entanto, é unÂnime entre público e críticos: é o pior da franquia. Elenco fraco, roteiro ruim, e de todas as mortes, apenas uma figura entre memorável, que é a de um personagem que morre sugado pelo dreno de uma piscina de um clube ( com direito ao ânus do rapaz em detalhe sendo sugado). O diretor é David R. Ellis, que dirigiu a parte 2 , que apresenta a premoniçao mais memorável de todas, a do acidente na estrada com as toras de madeira. Nessa parte 4, a premonição acontece em uma corrida de carros, que teve como referência a tragédia de Le mans em 1955, quando 84 da platéia morreram quando um dos carros bateu neles, cortando inclusive muitos pela metade. O filme foi o 1o rodado em 3D ( a parte 5 também foi em 3D) e as mortes foram prejudicadas para dar vazão aos efeitos em terceira dimensão, que ficaram muito toscos e exagerados. Existe uma piada easter egg: o clube onde morre o rapaz da piscina se chama "Clear rivers", que é o nome da protagonista do 1 e do 2. Uma diferença desse roteiro para os outros, é que o protagonista, Nick, consegue ter visão de como as pessoas irão morrer, antes do acidente acontecer. Mas isso não traz elementos de suspense e tensão como deveria acontecer. O ator Bobby Campo, que interpreta o protagonista Nick, é o menos carismático de todos os protagonistas de todoos os filmes da franquia.

O único sobrevivente

"Sole survivor", de Thom Eberhardt (1984) O filme que inspirou a franquia "Premonição", esse terror sobrenatural de 1984 é totalmente obscuro e merecia um remake com um orçamento maior que desse conta dessa história assustadora. Escrito, dirigido e editado por Thom Eberhardt em seu filme de estréia, o filme lembra a atmosfera de filmes indies dos anos 80, principalmente as de John Carpenter. Denise Watson (Anita Skinner) é uma produtora de uma emissora de TV. Uma vidente, Carla (Caren Larkey) prevê que haverá um acidente e avisa Denise para que ela não pegue o um vôo. Ninguém dá atenção para as previsões de Carla. Denise acaba sendo a única sobrevivente da explosão do avião. Durante a sua rceuperação, Denise acaba se envolvendo com o médico, Brian (Kurt Johnson). Mas estranhos acontecimentos paassam a acontecer na rotina de Denise. Pessoas surgem e a ameaçam. O filme tem uma atmosfera de filmes de época que eu adoro, dando aquela imagem vintage que super funciona para essas produções obscuras. O ritmo é lento e certamente não funciona para adeptos do terror atual. As pessoas que surgem também não são assustadores. Mas ainda assim, vale assistir, tanto pela referência à "Premonição", quanto pelo desfecho inesperado.

O banquete de casamento

"The wedding banquet", de André Ahn (2025) Remake do clássico de Ang Lee escrito por James Schamus, "O banquete de casamento" me frustrou bastante. Impossível não fazer comparação com o original de 1993, que chegou a ser indicado ao Oscar de filme estrangeiro. Ele não é engraçado, não tema. ternura nem carisma dos personagens, principalmente a do personagem paterno interpretado com genialidade Sihung Lung no papel de Mr Gao. O conflito cultural, pelo fato de todos acharem que Gao não falava inglês e no final, vinha todo aquele plot twist brilhante de que ele o tempo todo estava entendendo tudo. Tudo isso se perdeu nesse remake, escrito pelo mesmo roteirista James Schamus e pelo diretor André Ahn, que alegaram que precisavam aatualizar os temas para os dias de hoje. Talvez tivesse sido melhor lançar o filme sem anunciar que era um remake. Sua história está tão alterada, que não faria diferença e talvez eu não ficasse tão frustrado. Min (Han Gi-Chan) é herdeiro de um império na Coreia do Sul, comandado por sua avó, Ja-Young (Youn Yuh-jung, a avó de "Minari"). Min mora há 5 anos em Seattle estudando, e ele não pretende voltar para a Coréia nem trabalhar para a sua família. Ele namora o chinês Chris (Bowen Yang), que não pensa em relacionamento sério. Eles moram na garagem alugada do casal lésbico Lee (Lily Gladstone, de "Assassinos da flor da lua") e Angela (Kelly Marie Tran, de "Star wars"), que pretendem ser mães fazendo inseminação. Quando a avó de Min o obriga a retornar ao país, ele decide se casar com Chris para obter o green card e permanecer nos Eua. Mas diante da negativa do namorado, ele propõe o casamento à Angela, que precisa de dinheiro. O filme se leva a sério demais e tem problemas de ritmo. O que sustenta o interessa, é o elenco, principalmente o feminino, com as ótimas Lily Gladstone, Kelly Marie Tran e Youn Yuh-jung.

Warm film

"Warm film", de Dragan Jovicevic (2024) Premiado documentário sérvio que traz uma narrativa que explora a presença do cinema e de personagens Lgbt dentro do cinema sérvio. Durante muito tempo, o tema era proibido pela censura do país, e os roteiristas e diretors tinham que usar de subterfúgios para trazer mensagens camufladas e personagens gays sem que ninguem da censura percebesse. O filme mescla uma parte documental e uma ficcionalizada, através de 2 atores, os jovens Djordje Misina e Djordje Galic. Sai na imprensa que o diretor Dragan Jovicevic irá produzir um filme gay que será bancado com dinheiro público. Parte da mídia e da população se revolta e acha um absurdo. Os dois atores se oferecem para serem escalados para interpretar personagens gays. Eles sabem que muitos atores se negaram a interpretar personagens gays, temendo se queimar no mercado, mas eles não se incomodam. O diretor lhes entrega um painel de diversos filmes sérvios com representatividade queer, para que eles entendam como o cinema sérvio os representava. O filme apresenta terchos de diversos filmes, desde um de 1011, que apresenta dis homens se beijando na boca, passando pelo cult "A serbian film", e outros com conteudo explícito. Diretores, atores dos filmes são entrevistados pelos dois jovens atores.

Clown in a cornfield

"Clown in a cornfield", de Eli Craig (2025) Adaptação de um romance de terror escrito em 2020 por Adam Cesare, "Clown in a cornfield" é um slasher que fez sucesso de crítica e público no sue lançamento nos Estados Unidos. Diretor de alguns projetos B que parodiam e homenageiam o terror com muito humor ácido, Eli Craig realiza um ótimo slasher que traz referências de outros filmes clássicos de terror. Não é um filme que procura inovar. Muito do que o filme faz bem é administrar bem os clichês e pricnipalmente, com bons personagens e protagonistas carismáticos, além de um mocinho gay. Após a morte de sua mãe, Quinn (Katie Douglas) se muda com seu pai, o médico Glenn (Aaron Abrams) para uma cidade rural do interior, chamada Kettle Springs, famosa por suas plantações de milho e por ter um mascote da cidade, o palhaço Frendo. Quinn não está feliz com a mudança. Na escola, ela fica amiga de um grupo, entre eles, Cole (Carson MacCormac) e Rusty (Vincent Muller). Assassinatos começam a acontecer, e Quinn acredita que são cometidos pelo palhaço Frendo. O filme tem como pano de fundo uma discussão entre os conservadores e tradicionais da cidade, e os que desejam uma grande mudança. Existe até uma pequena crítica ao etarismo, quando um grupo d epersonagens mais velhos se colocam contra os jovens. O filme tem ótimas cenas de morte, tensão e também adiciona humor ácido. O personagem do pai de Quinn, o médico Gleen é muito bacana e a gente fica torcendo bastante por ele. A fotografia do filme é bastante funcional, trazendo suspense nas persgeuições do milharal à noite.

Premonição 2

"Final destination 2", de David R. Ellis (2003) A 2a parte da franquia "Premonição" foi lançada 3 anos depois do original e gerou bastante expectativa. Ele ficou no imaginário dos fãs por conter a sequência de premonição mais icônica, que é a da estrada com o caminhão com toras de madeira. Essas imagens foram tão traumáticas que todo mundo na estrada desvia de um caminhão com toras ou outro material em cima. O filme também ficou famoso por seu o único da franquia onde 2 personagens sobrevivem: Kimberly (Aj Cook) e o policial Thomas Burke (Michael Landes), e também resgata uma sobrevivente do filme original, Clear Rivers (Ali Larter). O filme tem bons personagens, que procuram se unir e sobreviver juntos, o que o diferencia dos outros. Não é o que mais gosto, mas adoro rever todo o primeiro ato por conta do acidente na estrada, que é muito bem realizada.

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Síncope

"Syncope", de Linus von Stumberg (2023) "Até onde você iria pela arte?". Essa frase parece retirada do filme :Whiplash" ou "Cisne negro", dramas densos que retratam a obsessão do artista pela perfeição e o quanto se dedicam literalmente de corpo e alma para o processo. Em 'Síncope", o roteirista, diretor e protagonista Linus von Stumberg, no papel do diretor e coreógrafo Júlio Schanzenbach, revê mais de dez anos de sua carreira artística, sofrendo todos os tipos de abuso moral e repassando para os bailarinos. No início, o diretor faz uma aduição sádica e violenta pnde os bailarinos passam por bullying para passarem pro processo final de seleção. Mas a medida que o processo avança, a violência vai se tornando mais realista. O roteiro se apropria da narrativa de "Jogos mortais" para fazer uma alusão às torturas físicas e mentais. O filme não é indicado para quem já passou por processos de assédio moral, pois pode provocar sérios gatilhos. É um filme metafórico, mas ainda assim, pode surtir efeitos críticos a quem se identifcar com os bailarinos assediados e violados.

Premonição

"Final destination", de James Wong (2000) Lançado em 2000, "Premonição" tornou-se um enorme sucesso de público e é uma das franquias de terror mais bem sucedidas do cinema. Originalmente, a história seria um episódio da série 'Arquivo X", de onde James Wong era um dos diretores. O episódio foi baseado no filme cult "A última sobrevivente", de 1984, mas o episódio acabou engavetado. Os roteiristas Glen Morgan e Jeffrey Reddick acabaram criando a história para o longa. Em 2025, foi lançado "Premonição 6", e entre os fãs, os melhores seriam o original, o 3 e o 5. A vantagem do original é que além de ser o que lança a maldição, é que ele tem uma narrativa mais focada no mistério e menos nas mortes. Tem momentos que parece até um filme de John Landis ou mesmo Robert Zemeckis. As cenas de morte mais memorável é a da professora Lewis, angustiante. As outras são masis genéricas. O Acidente de avião, revendo agora, nem é violenta, e certamente se tiver um remake vão aproveitar para corrigir essa falta de gore. O elenco é dos melhores da franquia, e inclui ainda Seann William Scott, o Stiffer da franquia 'American pie".

Premonição 5

"Final destination 5", de Steven Quale (2011) Entre os fãs da frabquia "Premonição", existe uma ala que considera a parte 3 a melhor , enquanto outro grupo acredita que o 5 supera. Como assisti recentemente aos dois, eu prefiro a parte 3, que tem melhores atores, direção e mortes. O 5, por ter sido filmado em 3D, exagera nos efeitos, mas ainda assim, traz pelo menos 2 cenas icônicas: a da ginasta e a do exame de vista, ambas bastante angustiantes. A premonição inicial, que ocorre numa ponte em obras, é muito boa, mas exagerada ao máximo para dar efeitos 3D. Mas aonde o roteiro acerta, é no seu desfecho, que se conecta ao filme original, de 2000, por acontecer no mesmo avião que segue para Paris. É de provocar frison em qualquer fã da série.

Forever forever

"Forever forever", de Ana Buryachkova (2023) Concorrendo no Festival de Veneza 2023, "Forever forever" é um drama co-produzido pela Ucrânia e Holanda, totalmente filmado em Kiev, Ucrânia. O filme se passa nos anos 90 e apresenta protagonistas adolescentes que vivem um mundo conturbado. O país vive a era pós derrubada do muro de Berlime. do fim do comunismo. Os pais estão tentando se encontrar nessa nova realidade. Os filhos vivem o reflexo do abandono dos pais e tentando sobreviver em um mundo sem perspectiva. Tonia (Alina Cheban) acaba de se transferir para uma nova escola em Kiev. Ela foge de um relacionamento abusivo com seu ex-namorado, que está atrás dela. Durante a aula de natação, Tonia fica amiga de Lera (Yelyzaveta Tsilyk). Elas se tornam amigas e amantes. Dois rapazes, Zhurik (Zachary Shadrin) e o irmão de Lera, Sania (Arthur Aliiev) se apaixonam por Tonia, e vivem um tenso triângulo amoroso. Com o surgimento de Pasha (Yevhenii Bykov), ex-namorado de Tonia, tudo fica mais complicado para Tonia. O filme tem uma excelente reconstituição de época e traz um time de ótimos atores jovens que vivem dias de alegria e de violência numa rperesentação melancólica e depressiva do pós comunismo. Me lembrei do excelente filme russo, "Verão", que também retratava esse período, mas sem o lado musical e lúdico desse.

Mother Saigon

"Má Sài Gòn", de Khoa Lê (2023) Premiado documentário vietnamita, "Mother Saigon" é um documentário poético e com linguagem beirando o experimental, desenvolvido pelo cineasta gay Khoa Lê. Lê pincela a vida da comunidade queer em Saigon, capital do país que só recentemente retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais. Atualmente, pessoas lgbt têm acesso igualitário à saúde, reduzindo o grande número de pessas queer por falta de assistencialismo do governo e do apoio de familiares. Um casal lésbico; um sem teto deficiente aditivo e trans; uma jovem mulher trans que hospeda jovens queer em sua casa, como uma Mother, e obriga a todos a abrirem uma poupança para quando precisarem de dinheiro para cuidar de sua saúde; são diversas histórias, embaladas por uma bela fotografia. No final das contas, achei o filme com uma narrativa pretenciosa e enfadonha.

domingo, 11 de maio de 2025

Gatos vermelhos em um labirinto de vidro

"Gatti rossi in un labirinto di vetro", de Umberto Lenzi (1975) Umberto Lenzi faz parte daquele rol de cineastas italianos dos anos 60 a 90 que se aventuraram por todos aqueles gêneros considerados B e que fizeram sucesso no mundo inteiro: western spaghetti, filmes de canibais, filmes de zumbis e claro, os giallios. Seus filmes não chegam aos pés aos dos mestres Dario Argento, Lucio Fulcci ou Sergio Martino, mas mesmo fracos, conseguem divertir com suas tramas bizarras. Um ônibus de turismo americano faz um passeio por Barcelona, que dura vários dias. Entre os passageiros, estão Mark (John Richardson) e sua amante, a secretária Paulette (Martine Brochard). Um assassino usando luvas vermelhas passa a matar um a um os turistas, arrancodo-lhes o olho esquerdo. A polícia tenta identificar o assassino, que pode ser qualquer um do ônibus. mas Mark suspeita de sua ex-esposa Alma (Marta May), que não está no ônibus, mas que pode querer se vingar dele. A curiosidade no elenco é a presença da italiana Ines Pelegrinii, atriz negra dos filmes de Pasolini, 'Saló" e "1001 noites". A trama do filme é tão sem pé nem cabeça: se estão rolando assassinatos no grupo, porque não cencelam a viagem? O ritmo da trama é lento, as mortes nem são vistas em cena, contrariando os giallios que já rolavam na época, bastante violentos. É um slasher fraco, sem gore. A resolução final é risível, tão tosca que morri de rir.

Premonição 3

"Final destination 3", de James Wong (2006) Terceira parte da franquia de sucesso 'Premonição", iniciada em 2000. Decide rever todos os filmes por conta do lançamento de "Premonição 6", e de certa forma, esse plot meio que virou parte do dia a dia das pessoas, que comentam que tal fato parecia do filme "Premonição". E é justamente nessa parte 3 que tem uma das mortes mais icônicas da franquia, a das duas garotas patricinhas na câmera de bronzeamento artificial. Lembro que quando assisti no cinema pela 1a vez fiquei muito angustiado e com pena das garotas. E agora, revendo, eu tinha até me esquecido que o diretor James Wong, que dirigiu o primeiro filme, fez um match cut entre as duas câmeras e dois caixões no velório, uma idéia brilhante. O filme começa com Wendy (Maria Elizabeth Winstead) e seus amigos indo se divertir numa montanha russa. Ela tira fotos da galera mas ao subir no brinquedo, tem um presságio de que haverá um acidente. Ela consegue sair antes do brinquerdo funcionar, e seu namorado e alguns amigos fogem também. Mas a morte decide eliminar todos os que fugiram. Esse terceiro filme costuma ser citado como um dos melhores da franquia, muito por conta do elenco, que é bom, quanto pelas mortes bem criativas.

My annoying brother

"Hyeong", de Kwon Su-kyung (2016) "My annoying brother" é anunciado como comédia e é protagonizado por dois astros sul coreanos, ídolos do público feminino: Jo Jungsuk , no papel de Doo Sik, e Do Kyungsoo, mega astro do J pop do grupo EXO, no papel de seu irmão mais jovem, Doo-Young. O filme é um drama lacrimogêneo e que traz um roteiro que não tem vergonha em investr pesado no melodrama, com a intenção de fazer o público chorar litros e litros, o que faz com sucesso. Muito da força do filme está no carisma dos dois atores, que contêm uma excelente química em cena. Doo-Sik (Jo Jungsuk) ficou preso por 15 anos por fraudes. Um bom malandro e vigarista, ele acaba sendo solto por prometer cuidar de seu irmão mais novo, Doo-Young, lutador de judô que após uma luta, fica cego. Os dois são órfãos e Doo Young decide abandonar os esportes, por acreditar que cego, não terá mais como continuar. Doo-Sik no início trata seu irmão com arrogância e o explora, mas com o tempo, os irmãos entendem as suas diferenças e mágoas guardadas e se ajudam mutuamente. Doo-Sik convence Doo Young a voltar ao judô e compete no Rio 2016 paraolímpicos. Mas quando tudo parecia estar bem, Doo-Sik descobre estar com câncer de pâncreas e tem 3 meses de vida. Mas ele decide não contar para Doo-young, com medo que a notícia prejudique sua competição. O filme é muito comovente e a direção faz de tudo para arrancar lágrimas. Para quem gosta do gênero com personagens terminas e despedidas emocionantes, não pode deixar de assistir ao filme, que, mesmo com tanta tristeza, traz algumas cenas leves de humor. A sequência de Doo-Sik em casa, fazendo reparos na casa para evitar que seu irmão se machuque em acidentes domésticos, é de uma melancolia e beleza ímpar. O filme ganhou um remake da Indonésia em 2024.

Viet e Nam

"Trong lòng dat", de Minh Quy Truong (2024) Concorrendo no Festival de Cannes 2024 nas mostras Un certain regard e Queer palm, dedicado a filmes de temática lgbt, "Viet e Nam" é uma co-produção do Vietnã, Filipinas, Singapura, França, Holanda, Itália, Alemanha e Estados Unidos. Rodado em 16 mm, é um filme muito trágico e melancólico, e que apresenta uma das mais belas e sofridas cenas de sexo entre dois homens, no subsolo de uma mina de carvão no Vietnã rural do ano de 2001. A cena em si lembra "Hiroshima meu amor", de Alain Resnais, onde dois corpos interagem no sexo, com pó de ouro brilhando em sua pele e ao redor. É um efeito hipnótico e deslumbrante. Nam (Pham Thanh Hai) e Viet (Dao Duy Bao Dinh) são dois jovens na faixa dos 20 anos que trabalham em uma mina de carvão. Escondido dos demais colegas de trabalho, eles fazem sexo nos escuros e sujos corredores da mina. A mãe de Nam, Hoa (Nguyen Thi Nga), é dona de uma pequena quitanda e sofre pela ausência de seu marido, desaparecido desde a Guerra do Vietnã, quando Nam ainda era um bebê. Nam tem 2 desejos que quer realizar: localizar os restos mortais de seu pai, onde ele acaba embercando em uma expedição junto de Viet e sua mãe pela floresta, acompanhado de uma medium; e ir embora do país, seguindo um grupo que se deixa envolver por um traficante de migrantes para a Europa, que embarca em um conteiner de um navio. O 2o ato do filme, na expedição, encontra um tom de realismo fantástico que o faz se aproximar do cinema de Apichtpong Weerasethakul. O filme tem cenas angustiantes, como o treinamento para atravessar um rio com sacos plásticos, o ritual da medium, que tem o rosto todo coberto de branco e a cena final, dentro do conteiner. A fotografia é registrada como se fosse um pesadelo surrealista. O trabalho do elenco, que desenvolve longos diálogos em planos únicos, é fantástico. E a cena onde os dois rapazes fazem sexo, com um despojamento naturalista e impressionante, em uma cena que fica registrada na memória do espectador.

Funkytown

"funkytown", de Daniel Roby (2011) 1976. Montreal. Ascenção da Disco music. Nesse contexto musical, o filme faz um apanhado de vários personagens, que têm o estilo musical como influencia para as suas vidas. Bastien Lavellé (Patrick Huard) é um famoso apresentador de tv e rádio, que traz as novidades do estilo para a população. Ele se aproveita da fama para dar em cima das mulheres, e abusa das drogas. Até que se apaixona por Adriana, uma top model, aspirante a cantora. Temos também Jonathan, parceiro de Bastien no programa, um gay que dá em cima dos garotos. Tino trabalha em um restaurante e sonha em ser dançarino de disco, mas mantém sua homossexualidade repremida. Mimi sonha em ser cantora, mas acredita que cantar em francês foi o motivo de seu fracasso e acaba virando garçonete. Todas as histórias acontecem em torno do Starlight, famoso club local. Paralelo,a isso, temos o contexto político, que é o movimento separatista de Quebec. Delirante e ambicioso painel dos anos 70, o filme abusa dos clichês : drogados, sexo, jogos de interesses, descobertas sexuais. Claro,o filme lembra outros filmes com temas semelhantes: " Studio 54", " Boogie nights". A fotografia é excepcional, a direção de arte é soberba. Os hits da era Disco estão todos aqui. O elenco representa bem os personagens, baseados em tipos reais. A narrativa segue o padrão dos filmes de Robert Altman, o famoso filme painel: histórias que se entrecruzam. Mas a quantidade de tramas paralelas acaba prejudicando, pois alguns personagens saem prejudicados, por não terem a sua história desenvolvida direito. O tom moralista do filme também incomoda. Boa parte dos personagens são punidos pelos seus excessos. E tudo isso acontece lá pro final. Mas o capricho da produção compensa os erros do filme. É um caprichado painel histórico, cultural e musical de uma época.

sábado, 10 de maio de 2025

Secret untold melody

"Malhal su eobsneun bimil", de Seo You-min (2023) Romance fantasioso imperdível para quem ama histórias onde os amantes vivem em épocas distintas. Filmes como o anime "Your name", "Em algum lugar do passado" e "A casa do lago", com Sandra Bullock e Keanu Reeves arrebataram multidões por trazerem uma história de amor impossível sobre tempo e espaço. Protagonizado pelo mega astro da K pop Do Kyung-soo, no papel de Kim Yu-jun, um jovem pianista que estuda em BErlim, mas por conta de uma lesão no pulso, decide retornar para Seul e morar com seu pai, Yu (Bae Seong-woo), que é professor de música. Kim aproveita para voltar aos estudos na mesma escola onde seu pai leciona. Ao caminhar pela escola, ele observa um antig prédio, onde eram as aulas de piano há 20 anos atrás, mas que será demolido. ele escuta uma melodia ao piano e encantado, ele decid eentrar. ele conhece a jovem estudante de piano Yoo Jung-a (Won Jin-ah), encantadora e introvertida. Kim se apaixona por Jung-a, mas ele decsobre que ela existe no mundo de 20 anos atrás, e que somente conseguem se encontrar no prédio de piano, ou quando ele executa a música que ela tocava, chamada 'Secret". O filme é um remake do romance taiwanês de 2007, 'Secret", de Jay Chou, que foi um sucesos estrondoso. A versão sul coreana tem no carisma da dupla principal a sua grande chave, encantando o público que quiser se emocionar e chorar bastante. O ator que interpreta o pai de Kim também é ótimo, dosando bem o humor e o charme de um personagem mais adulto. Bem dirigido, com sensibilidade e linda fotografia, "Secret untold melody" já nasceu um clássico romântico.

A nice indian boy

"A nice indian boy", de Roshan Sethi (2024) Qualquer filme que traga Jonathan Groff no elenco, eu certamente irei assistir, ainda mais sendo uma excelente comédia romântica lgbt que traz um musical a la Bollywood. Com roteiro escrito por Eric Randall e Madhuri Shekar, "A nice indian boy" traz Groff como Jay Kurundkar, um jovem órfão que foi adotado quando criança por pais indianos e passou a amar a cultura da Índia, inclusive filmes de Bollywood. ele conhece o médico Naveen Gavaskar (Karan Soni), filho de Archit Gavaskar (Harish Patel) e Megha Gavaskar (Zarna Garg). Naveen é gay e após o casamento de sua irmã Arundhati (Sunita Mani), todos lhe cobram que seja o próximo a se casar. A família toda sabe que Naveen é gay. Ele gosta de Jay, mas Jay ama mais a cultura indiana do que o próprio Naveen, além de Jay ser mais expansivo e extrovertido, totalmente diferente do que Naveen esperava. O personagem de Paul (Peter S. Kim), o melhor amigo gay de NAveen e mega afetado, é muito bom e divertido e rouba todas as cenas em que aparece. O filme tem um astral maravilhoso, com personagens apaixonantes e carismáticos. Os personagens dos pais de Naveen, e claro, seus atores, são espetaculares e o discurso final da mãe é de fazer chorar lágrimas de tão comovente. Um dos melhores filmes românticos gays, que traz muita alegria e emoção, e a celebração do casamento do casal no final é de uma beleza visual de encher os olhos. Jonathan Groff é o sonho de qualquer diretor em ter seu elenco.

Mr K

"Mr K", de Tallulah Hazekamp Schwab (2024) Co-produzido por Holanda, Noruega e Bélgica, "Mr K" é um filme surreal escrito e dirigido pela cineasta norueguesa Tallulah Hazekamp Schwab, filmado na Holanda. O filme é uma mistura de "Delicatessen", de Jena Pierre Jeunet e "Barton Fink", dos irmãos Coen. É evidente as referências a Franz Kafka, através da epopéia bizarra de um mágico (Crispin Glover), que após se apresentar para um público desinteressado em sua arte em um bar, se hospeda em um hotel decadente em estilo vitoriano. Mas acontece que, no dia seguinte ele não consegue encontrar a saída do hotel. Através de seus longos e intermináveis corredores de cor esverdeada, o mágico esbarra com todo o tipo de personagens estranhos: duas francesas idosas, uma banda que parece saído do filme "Underground", crianças estranhas e finalmente, uma cozinha onde toda a equipe do chef enfrenta uma espécie de linha de produção. A metáfora pode ser que fale sobre sair da mesmice e enfrentar algo além, ou então, uma provocação sobre pessoas que estão apáticas e sem vida. O desfecho traz um elemento fantasioso, deixando claro que o hotel está vivo. Não é um filme fácil de se apreciar. Não há uma lógica clara e certamente cada espectador interpretará do seu jeito. O que impressiona, e aí sim vale apreciar, é a extraordinária direção de arte, cenografia e fotografia do filme, ainda mais se pensarmos que é um filme de orçamento médio/ O cuidado com o visual é arrebatador. Crispin Glover, que foi George Macfly em "De volta para o futuro", é um especialista em personagens bizarros, e aqui ele está confortável em um papel esrito para ele.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Rita Lee- mania de você

"Rita Lee- mania de você", de Guido Goldberg (2025) Documentário que começou a ser filmado a 4 semanas antes do falecimento de Rita Lee, morta no dia 8 de maio de 2023, aos 75 anos de idade, decorrente do câncer de pulmão. O filme começa com os 3 filhos reunidos, Beto, João e Antonio, prontos para lerem a carta que Rita deixou póstuma para que eles e Roberto de Carvalho lessem. O conteúdo da carta só surge no final do documentário, emocionando obviamnete a todos e aos espectadores, onde Rita deixa claro o seu amor pelo marido e os filhos. A partir daí, o filme traz um extenso painel sobre Rita e a sua carreira, percorrendo cronologicamente cada um de seus discos, desde o ano de 1974, quando ela começou a sua trajetória como Rainha do rock com a anda Tutti Frutti ( o filme não cita o seu envolvimento com a Tropicália e os Mutantes.). Pegando depoimento de cantores e amigos como Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Ronnie Von, o jogador Casagrande, o jornalista Guilherme Samora, que escreveu sua biografia, e claro, familiares. Passagens curiosas como Rita conheceu Roberto de Carvalho, até então integrante da banda de Ney, a sua paixão por sua irmã mais velha que era cinéfila, o envolvimento com drogas e álcool, a separação e segundo casamento com Roberto de Carvalho, a sua prisão aind agrávida do primeiro filho por encontrarem drogas em sua casa. Não preciso nem dizer que e um filme obrigatório para Fàs e para quem quer conhecer a trajetória musical e pessoal dela mulher revolucionária, e que ainda traz um recorte maravilhoso de suas músicas que tocam ao longo do filme.

Posso comprar seu amor em uma máquina de venda automática?

"Jihanki de Kaemasu ka?", de Sono Koi (2023) Certamente o romance Lgbt mais fofo que já assisti na vida, "Posso comprar seu amor em uma máquina de venda automática?" é adaptado da da série de mangá "Sono Koi, Jihanki de Kaemasu ka?", de Yoshii Haruaki. A história é simples, mas é justamente essa simplcidade que encanta e cativa o espectador. O filme apresenta dois homens que se apaixonam pela 1a vez em que se esbarram aleatoriamente, mas tímidos, não conseguem fazer o relacionamento caminhar. Koiwai Ayumu (Matsudo Ryo) é um funcionário de escritório, de 32 anos, que leva uma vida mundana e burocrática, sem grandes acontecimentos. quando ele vai até a máquina do escritório que fica no corredor, para pegar um suco de laranja, ele esbarra com o repositor da máquina, Yamashita Ryoma (Tazuru Shogo), um rapaz alto e forte. OS dois conversam e no final, Yamashita entrega seu cartão de visitas. No dia seguinte, Koiwai entrega seu cartão e Yamashita inesperadamente o convida para um jantar. Koiwai é gay, mas tímido, nunca namorou e nem sabe como agir. Tamashita procura tomar as inciativas, mas bastante respeitosa, aguarda paciente as decisões de Koiwai. Um filme muito bonito e gracioso que eu adoraria assistir em uma peça de teatro, somente com 2 atores em cena. Variando entre humor, delicadeza, diálogos que tocam fundo na alma dessas duas almas gêmeas solitárias. Os dois atores são ótimos e muito a cara de seus personagens, cada um com uma persona bastante diferente do outro.

The ugly stepsister

"Den stygge stesøsteren", de Emilie Blichfeldt (2025) Co-produzido por Noruega, Dinamarca, Romênia, Polônia e Suécia, "The ugly stepsistter" é um excelente filme de terror body horror, escrito e dirigido pela norueguesa Emilie Blichfeldt, que segue o passo de outras diretoras que seguiram a trilha dos filmes de terror para falar sobre vaidade, culto à beleza e pressão social de um mundo dominado pelos homens, assim como foi em "A substância" de Coralie Fargeat e "Titane", de Julia Ducorneau. A grande sacada do filme escrito e dirigido por Emilie Blichfeldt em sua estreia em longas, é pegar o conto de Cinderela e contá-lo pelo ponto de vista da meia irmã que é feia, invejosa e rancorosa, que deseja o príncipe ardentemente. Com uma produção muito caprichada em detalhes, como fotografia, figurino, arte e trilha sonora, o filme traz cenas repulsivas que fará muita gente fechar os olhos. A diretora ainda faz easter eggs de filmes clássicos, como "Gêmeos-mórbida semelhança", de Cronemberg, e "Laranja mecânica", de Kubrick. A viúva Rebekka (Ane Dahl Torp) se muda para o reino da Suécia com suas duas filhas, Elvira (Lea Myren, extraordinária) e Alma (Flo Fagerli), para se casar com um homem idoso e rico. O homem tem uma filha, Agnes (Thea Sofie Loch Naess), uma representação de Cinderela. O homem no entanto morre, e a viúca descobre que ele estava repleto de dívidas. Desesperada, ela decide fazer com que sua filha Elvira seja a pretendente a se casar com o principe. Mas Elvira está fora ds padrões de beleza, e a viúva contrata um cirurgião para fazer todos os tipos de procedimentos na filha, como quebrar o nariz, costurar cílios. A própria Elvira come ovos de tenia para que o verme coma tudo o que ela consumir. Duas cenas estão entre as mais repulsivas da história do terror: a da tenia e seus metros de extensão, e quando ela pega um cutelo para...fazer seu pé caber no sapatinho de Cinderela. À primeira vista, parece que o filme é aburdamente cruel com elvira, fazendo-a sofrer todos os tipos de torura física e mental para a sua obsessão em agradar o principe. mas é a metáfora sobre se encaixar em um perfil e em um padrão de beleza, que também tinha em 'A substância", e cujas anti-heroínas pagam o seu preço. Atenção: o filme contém cenas de sexo explicito.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

A balada da ilha Wallis

"The ballad of Wallis island", de James Griffiths (2025) Exibido no Festival de Sundance 2025, "The ballad of Wallis island" encantou público e a crítica com sua história acre doce sobre uma amizade improvável entre um cantor de folk, Herb McGwyer (Tom Basden) e um morador pacato da ilha Wallis, Charles (Tim Key), que contratou Herb para vir de barco, atravessar o mar e vir tocar na ilha. Essa história inusitada havia partido de um divertido curta de 2007, "The One and Only Herb McGwyer Plays Wallis Island",, dirigido pelo memso diretor, James Griffits, e escrito e protagonizado pelos mesmos atores. Na época, o filme concorreu ao Bafta e ganhou melhor curta em Edimburgh. Mas 18 anos se passaram, e nessa adaptação para o longa, a dupla de atorres teve que trazer mais recheio. Assim, surge duas novas personagens femininas na história, trazendo elementos românticos que não haviam no curta. Surge Carey Mullighan no papel de Nell, ex-parceira musical de Herb e também casados, mas agora, divorciados. E Amanda (Sian Clifford), moradora da ilha e dona de uma pequena quitanda, paixão platônica de Charles, um viúvo. O filme começa com Herb chegando de barco na ilha de Wallis, um local afastado da grande cidade. O local é tão rústico, que não tem pier e ele precisa colocar os pés no mar para saltar. Herb é recebido por Charles, que o contratou para tocar para uma platéia de menos de 100 pessoas. Herb descobre que ficará hospedado na enorme casa de Charles. Charles lhe apresenta uma mala contendo o pagamento do cachê, conforme combinado. Estranhando tudo, Herb procura saber mais sobre Charles, que diz que sempre foi um enorme fã. Herb descobre que Charles convidou Nell para tocar também na Ilha, e assim, tentar reunir a dupla musical. Mas Nell chega com seu marido, o americano Michael. Herb tenta aproveitar a situação e reatar com Nell. Para surpresa e desaforo de Herb, ele decsobre que seu público será apenas Charles, e que o dinheiro e a casa ele comprou com o dinheiro que ganhou em uma loteria. Para quem gosta de filmes ingleses que trazem drama e humor, certamente irão adorar esse filme. Tem ótimos atores, uma Carey Mullighan já mais madura mas sempre com aquele ar melancólico. Um filme que lava a alma, trazendo lágrimas em alguns momentos de sensibilidade.

The One and Only Herb McGwyer Plays Wallis Island

"The One and Only Herb McGwyer Plays Wallis Island", de James Griffiths (2007) Vencedor do prêmio de melhor cuta britânico no Festival de Edimburgh 2007, e concorrendo ao Bafta da categoria em 2008, The One and Only Herb McGwyer Plays Wallis Island é uma comédia dramática sensível e comovente que foi escrito e protagonizado pelos atores ingleses Tom Basden, no papel do cantor de folk inglês Herb McGwyer, e por Tim Key, no papel do pacato morador da Ilha Wallis e apreciador e grande fã dos discos de Herb. O filme começa com Herb chegando de barco na ilha de Wallis, um local afastado da grande cidade. O local é tão rústico, que não tem pier e ele precisa colocar os pés no mar para saltar. Herb é recebido por Charles, que o contratou para tocar para uma platéia de menos de 100 pessoas. Herb descobre que ficará hospedado na enorme casa de Charles. Charles lhe apresenta uma mala contendo o pagamento do cachê, conforme combinado. Estranhando tudo, Herb procura saber mais sobre Charles, que diz que sempre foi um enorme fã. Para surpresa e desaforo de HErb, ele decsobre que seu público será apenas Charles, e que o dinheiro e a casa ele comprou com o dinheiro que ganhou em uma loteria. O filme é inusitado, com uma história que fala sobre uma amizade improvável entre dois homens com temperamentos e vivência muito distintos, mas unidos pela paixão pela música folk. O trabalho dos dois atores é excelente. O filme gerou um longa-metragem chamado "The ballad of Wallis island" e foi lançado no Festival de Sundance 2025.

Tempos de guerra

"Warfare", de Alex Garland e Ray Mendoza (2025) A melhor cena do filme para mim é a que inicia o filme: um pelotão de soldados em ação no Iraque, no ano de 2006, está assistindo ao clipe do mega sucesso da house music "Call on me", do Eric Prydz, famoso por mostrar mulheres em uma academia de ginástica super sexualizadas. Os soldados dançam e se exictam com as mulheres. É uma cena divertida e inusitada. Alex Garland é o diretor famoso pelos seus filmes "Ex-machina" e "Guerra civil", um dos maiores sucessos comerciais e de crítica da A24, protagonizado por Wagner Moura e Kirsten Durnst. Foi durante as filmagens desse filme que Garland conhecer Ray Mendoza, ex-fuzileiro da Marinha que combateu em diversas guerras e ensinou o elenco a dar veracidade às ações. Mendoza contou um caso ocorrido com ele e seu pelotão no dia 19 de novembro de 2006 no Iraque, logo após a Batalha do Ramadi. Seu pelotão tomou a casa de duas família siranianas para servir de posto de observação, mas acabaram vítimas de um ataque de soldados iraquianos e não conseguiam fugir da casa, aguardando salvamento. O elenco, todo masculino, é composto por alguns dos maiores nomes da nova geração de Hollywood: Will Poulter, noah Centineo, Henry Zaga, Kit Connor, Michael Gandolfini, Charles Melton, Joseph Quinn, Cosmo Jarvis e traz D’Pharoh Woon-A-Tai no papel de Mendonza. O filme foi rodado no Iraque e tem um excelente desenho de produção, com efeitos muito bem elaborados e uma direcão precisa de Garland, especialista em cenas de ação. Novamente produzida pela A24, é um filme que não traz novidades para queme stá acostumado com filmes de guerra, porém traz qualidade e ótimos grupo de jovens atores.

D'agostino

"D'agostino", de Jorge Ameer (2012) Jorge Ameer é um cineasta gay panamenho que fugiu de seu país por conta da ditadura e se refugiu em Los Angeles. Seus filmes são em sua maioria de temática queer, com elenco masculino em nudez frontal e cenas de sexo explícito. Em 'D'agostino", Ameer cria uma bizarra história sobre clonagem humana e o relacionamento d eum homem com um clone que ele encontra. Allan (Keith Roenke) mora nos EUA com sua amante mais velha, Sylvia(Torie Tyson), que o sustenta. O relacionamento está frio e desgastado. Allan recebe uma ligação da Grécia dizendo que sua avó faleceu e lhe deixou uma casa de herança. Allan parte para Santoriini, uma paradisíaca ilha grega, e é recebido pelo agente imobiliário Niko )o próprio cineasta Jorge Ameer), que entrega as chaves da casa para ele. Allan está encantado com tudo: a casa e a vista para o mediterrâneio. Allan escuta um barulho vindo do armário e encontra um homem sujo e nu, que ele depois apelida de D'agostini (Michael Angels). Allan descobre que o homem é um clone encomendado por milionários americanos, mas durante a travessia no mar, se perdeu e caiu no mar. Allan decide deixá-lo acorrentado e o maltrata como cachorro, uma forma de inverter os papéis de submissão que ele tinha com sua esposa. O filme vai ficando cada mais mais estranho e bizarro, com um final sem pé nem cabeça que envolve canibalismo. Allan e seu relacionamento com Dá gostino e perverso e repleto de fetiches. Os dois atores permanecem boa parte do filme totalente nus. São dois atores fracos, mas belíssimos, e acabam sendo os únicos atrativos do filme, além das lindas locações de Santorini.

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Bolero- A melodia eterna

"Bolero", de Anne Fontaine (2024) Diretora de 'Coco antes de Chanel"e "Gema Bovary", a roteirista e diretora francesa Anne Fontaine adapta a história do compositor francês mais famosos do país, Maurice Ravel (Raphaël Personnaz) para uma cinebiografia que traz momentos importantes de sua vida, mas tem o foco principal na composição de sua obra-prima, Bolero", composta em 1928 a pedido da bailarina Ida Rubinstein (Jenna Balibar), que queria algo erótico e intenso para a próxima apresentação de sua companhia, que trouxesse exotismo e muita sensualidade com sabor espanhol. Nascido em 1875 e falecido em 1937, em decorrência de uma doença cerebral orgânica, PiD, agravada por um acidente de táxi ocorrido em 1932, Ravel era tímido e após o sucesso de Bolero, se sentiu pressionado pelo sucesso dela. Os créidtos iniciais do filme apresentam um clipe com diversas releituras da composição pelo mundo e por décadas distintas, e no final apresenta uma cartela que diz que a cada 15 minutos, alguém no mundo está escutando a música. Eu tenho uma clara lembrança do grande sucesso de Claude Lelouch, "Retratos da vida", de 1981, onde na famosa cena final, o bailarino Jorge Donn, da companhia de ballet de Maurice Bejart, dançava ao som do Bolero de Ravel por 17 minutos e foi uma sequência inesquecível. "Bolero- A melodia importal", é um bom filme, com requintes na parte técnica, ótimos atores, figurinos, arte, fotografia. Mas me deixou aborrecido, entediado. O filme é logo, arrastado e não me emocionou, nem mesmo durante a criaçao da famosa composição.

O gabinete do Dr Caligari

"Das Cabinet des Dr.", de Robert Wiene (1920) Obra-prima do expressionismo alemão, "O gabinete do Dr Caligari", lançado em 1920, foi um marco na história do cinema, por trazer uma linguagem visual, que envolve tantos os cenários geométricos que emulam loucura e paranóia, quanto aos intertítulos e cartelas que seguem esse design, além de personagens que no conjunto, influenciaram outras obras-primas como "Nosfetaru", de Murnau, e "Metropolis", de Fritz Lang. O filme traz muitas simbologias políticas acerca do momento político que a Alemanha estava vivendo. A fotografia, o design de produção, a maquiagem, o figurino, tudo é icônico e casa bem com a proposta do roteiro, que inovou por trazer um falso ponto de vista, que se revela no final através de um plot twist até então revolucionário. O filme começa com dois homens sentados, conversando em um jardim. Um dos homens, Francis (Friedrich Fehér) conta uma aterrorizante história ocorrida em sua cidade: quando chegou uma feira anual, umas das atrações era a apresentação do Dr Caligari (Werner Krauss), um homem que hipnotiza um sonâmbulo, Cesar (Conard Veidt), que por 23 anos se mantém dormindo. Cesar faz previsão do futuro para quem o pergunta, e na sua resposta, as pessoas morrerão no dia seguinte, Diversos assasinatos ocorrem, e todos tentam descobrir quem é o responsável pelas mortes. É impressionante assistir a um filme realizado há 105 anos atrás e entender o quanto ele continua original e ousado no seu visual, com um trabalho impecavel e vanguardista na elaboração de cenários desconstruídos, até hoje incessantemente copiados. A figura de Cesar certamente inspirou a composição do ator Max Schreck para seu nosferatu de Murnau.

terça-feira, 6 de maio de 2025

A última gargalhada

"Der letzte Mann", de FW Murnau (1924) Obra-prima de FW Murnau, lançada antes de "Tartufo" e "Fausto", todos os três com o excelente ator Emil Jannings, "A última gargalhada" é um drama de tom moralista e edificante sobre um porteiro idoso (Emil Jannings) que é um funcionário exemplar de um hotel de luxo e apaixonado por seu trabalho. Mas seu patrão acredita que ele já não tem mais condições físicas para ser um porteiro e o rebaixa, realocando ele para o andar de baixo, trabalhando no banheiro do hotel. Quando a sua família e amigos decsobrem , decidem irgnorá-lo. O porteiro, sme ter onde morar, dorme no banheiro. O filme é um primor técnico" com muitos movimentos de travellings, que eram movimentos bem difíceis d efaezr na época por conta do tamanho e peso d acamera, além de efeitos e enquadramentos originais e criativos, o filme ainda trouxe uma novidade para um filme mudo: a inserção de apenas uma cartela explicativa ao longo do filme, que surge faltando 15 minutos para acabar o filme, com a seguinte inscrição: "A seguir, vem o único cartão de título do filme, que diz: "Aqui nossa história deveria realmente terminar, pois na vida real, o velho desamparado teria pouco a esperar além da morte. O autor, no entanto, teve pena dele e forneceu um epílogo bastante improvável."

A última dança

"Po · Dei juk", de Anselm Chan (2024) Comovente drama chinês filmado em Hong Kong, "A última dança" me fez lembrar do drama japonês "A partida", que ganhou o Oscar de filme estrangeiro em 2008, que me arrancou muitas lágrimas sobre o relacionamento pai e filho que não se falaram em vida e somente na more de um deles, encontrou a redenção. Vencedor de mais de 15 prêmios em festivais na Ásia, o filme apresenta Dominic Ngai (Dayo Wong), um cerimonialista de casamentos que faliu por causa da pandemia, que arruinou seus negócios. Por sorte, Dominic, com ajuda de sua namorada Jade, recebe uma proposta do tio dela, Ming (Paul Chun-pai), que é sócio proprietário de uma funerárea. Ele assume a parte de Ming e paga metade do valor todo mês para ele. Dominic aceita, mas para isso, precisa convencer o Padre taoísta e sócio de Ming, Mestre Man Kwok (Michael Hui), um padre retrógrado e conservador, além de arrogante. O filme tem momentos de humor, mas o qie prevalece é o drama, repleto de momentos sentimentais e que irão fazer o público se debulhar em lágrimas. Cenicamente, o filme é belíssimo, com cenas que trazem a tradição do funeral taoísta. Algumas cenas chocam pela crueza em que apresentam a morte: a mais comovente, é a da mãe que se recusa a entregar o seu filho de 10 anos morto para o funeral, e o escondeu por 6 meses. Quando ela decide faezr o velório, nenhuma funerária aceita. Mas Dominic enrola o PAdre Man e aceita e a cena em que ele embalsama a criança é das mais dolorosas que você verá envolvendo uma criança.

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Fausto

"Fausto: Eine deutsche Volkssage", de FW Murnau (1926) Adaptação da obra literária de Goethe, lançada em 1808, "Fausto" é uma das inúmeras obras-primas do cineasta alemão FW Murnau. Já tendo lançado obras seminais do expressioniamo alemão como "Nosferatu" e "A última gargalhada", "Fausto" foi o último filme alemão de Murnau, que acabou se mudando para Hollywood e lá lançou na sequ6encia a obra-prima 'Aurora", em 1928. O protagonista de "Fausto" é Emil Jannings, ator fantástico que já havia trabalhado com Murnau em "A última gargalhada" e "Tartufo". Ele interpreta Mephisto, o diabo que no início do filme, faz uma aposta com o Arcanjo (Werner Fuetterer) : O mundo será entregue a Mephisto se ele conseguir corromper a alma de um homem bom. Ele então seduz Fausto (Gosta Ekman), um médico que se sente culpado pelas mortes dos moradores da vila onde trabalha, já que não consegue curá-los. Mephisto lhe propõe que por 24 horas, Fausto peça qualquer coisa. Fausto pede sua juventude. Mephisto o leva até um reino na Itália, onde Fausto seduz uma bela mulher. Fausto propõe lhe entregar a alma em troca da juventude eterna. Fausto se encanta por uma bela jovem, Gretchen (Camilla Horn). Porém o amor entre ambos, observado de perto por Mefistófeles, causará a morte do irmão de Gretchen, Valentin (Dieterle), e da mãe (Richard), e ambos se apaixonam. Mas Mephisto tem um plano trágico para o casal de apaixonados. É uma delícia assistir a um filme repleto de efeitos e cenas de fantasia realizadoa em 1926 e como que foram feitos. A aparente ingenuidade ao olhar d ehoje implicou muita perspicácia para os técnicos, que junto da fotografia e da direção de arte, criaram imagens espetaculares, lúdicas e poéticas que se mantém até hoje. A cena do vôo de fausto e Mephisto pela cidade é um primor. É um filme muito trágico e triste no seu ato final. Emil Jannings é um artista incrível, fazendo um trabalho corporal e de máscaras faciais criativas e inteligentes.

Beijo do vampiro

"Vampire's kiss", de Robert Bierman (1988) É muito curioso que eu nunca tenha tido vontade de assistir a esse filme de 1988, que sempre achei com cara de ser bem trash, até que vi um filme recente com Nicholas Cage, "O surfista", de 2024, e o crítico do site do renomado Roger Ebert comentou sobre "Beijo do vampiro" como sendo o melhor trabalho de Cage e um divisor de águas em sua carreira. Chocado com essa informação, fui pesquisar no Imdb e ali está que Christian Bale decidiu compor o seu personagem de "Psicopata americano" em cima da performance de Cage nesse filme. Li também que Cage se inspirou no clássico "Nosferatu", de Murnau, para compor o seu personagem e para meu convencimento final e correr para assistir ao filme, é que o roteirista é o mesmo de "After hours", de Scorsese, Joseph Minion. O filme virou meme nas redes sociais e a cena mais famosa e comentada até hoje, é a de Cage comendo uma barata viva de verdade ( ele se recusou a comer um ovo cru, como estava no roteiro, por achar sem impacto.). Cage é o agente literário Peter Loew, um yuppie solitário e que constantemente flerta com diversas mulheres. Porém, ele tem problemas no relacionamento. Peter consulta uma psicóloga Dra Glaser (Elisabeth Ashley, ótima). No trabalho, ele assedia moralmente e sexualmente a subalterna Alva (Maria Conchita Alonso). Uma noite, ao ir até um bar, ele conhece RAchel (Jennfer Beals, de "Flashdance"), que se revla ser uma vampira e o morde. Peter nos dias seguintes acredita se tornar um vampiro, ao mesmo tempo que fica mais submisso às aparições de Rachel e ao memso tempo, se torna mais violento com Alva. Fico pensando que na época, o filme foi lançado como comédia, e é um erro. É um denso estudo sobre distúrbios mentaise alucinaçao. O filme traz a persnagem da vampira como uma metáfora do medo do personagem em se envolver com mulheres mais fortes. Hoje em dia, com o crecsimento do movimento incell, o personagem de Cage seria considerado um mudo, pois ele é justamente um homem com aversão ao pdoer e pressão das mulheres, tanto no trabalho quanto na atividade sexual. Um filme muito 1a frente de seu tempo. E CAge é um raro ator que se joga no papel, ele está incrível.

Assassinato no farol

"Murder at the lighthouse", de Eric D. Howell (2025) Um thriller de suspense indie americano, rodado em Minnesota. O filme tem uma história que praticamente copia "Louca obsessão", de Stephen King, acrescentando um tema de misoginia, violência doméstica e feminicídio. Jess (Skye Coyne) é uma mulher que foge de casa. Ela durante 3 anos viveu um relacionamento abusivo com seu marido, o policial Colton (Mark Justice). Ela contrata uma pequena embarcação para levá-la até o Canadá, onde sua mãe mora. Durante a travessia, uma tempestade faz o barco naufragar. Ela é acordada ainda nos Estados Unidos por uma mulher solitária, Adeline (Shelli Manzoline), que decide cuidar dela. O marido de Jess acaba descobrindo o paradeiro dela e surge para levá-la de volta. O filme tem uma virada na história já esperada e óbvia. Ainda assim, é um filme que funciona bem, graças ao talento das 2 atrizes principais, que são ótimas. A fotografia de Bo Hakala é bastante funcional, em um filme com bastante noturna.

Chico Electrico

"Chico electrico", de Ingrid Pokropek (2021) Deliciosa fantasia romântica argentina que parte de uma premissa muito criativa: durante o verão em uma cidade, a energia elétrica toda hora falha. As pessoas ficam sem luz, não conseguem carregar seus celulares nem fazer nenhuma atividade durante a noite. Joaquin (Felix Santamaria) mora com sua irmã, Ana (Lena Solesky), que toca guitarra em uma banda rock de mulheres. Joaquin nasceu com uma condição especial: o seu corpo gera energia elétrica. As pessoas o contratam então , como se ele fosse um gerador portátil, e assim, ele ganha dinheiro. Quando os novos vizinhos chegam, Joaquin vai trabalhar para eles fornecendo energia por algumas horas por dia. O pai é pintor, e a filha, Mara (Violeta Polstolksy), é uma jovem que o ajuda na pitura. Joaquin imediatamente se apaixona por ela. Um filme dirigido com simplicidade, mas que contem muita alegria, sensibilidade, carinho pelos personagens adolescentes. É um filme que exala frescor, com um elenco jovem muito divertido e espontâneo.

domingo, 4 de maio de 2025

O surfista

"The surfer", de Lorcan Finnegan (2024) Exibido no Festival de Cannes 2024 na seção Midnight Screenings, "O surfista" é dirigido pelo irlandês Lorcan Finnegan, que em seus filmes, flerta com o thriller psicológico e o surreal, como em "Vivarium", com Jesse Eisemberg. "O surfista" vem na tradição de filmes como "Um dis de fúria", trazendo o seu protagonista sem nome, interpretado por Nicholas Cage, em um crescendo de paranóia e fúria e no final, tornando-se uma pessoa violenta. Também vi muita semelhança com outro filme com Cage, "O Sacrífício": um homem sozinho lutando contra uma seita de fanáticos. Cage é um surfista que retorna para uma praia paradisíaca na Austrália, aonde nasceu. Ele traz seu filho adolescente. O surfista está em processo de divórcio, e acredita que se comprar. acasa onde nasceu, poderá recuperar a paixão de sua esposa. No entanto, ao ir até à praia, ele e seu filho são expulsos pelos surfstas locais, cujo chefe, Scally (Julian McMahon) diz que, quem nao é da a'rea, não pode usufruir do local. O surfista não arreda pé e insiste que vai frequentar a praia: ele tem seu carro roubado, seu celular idem, não tem dinhero para comprar comida, nem água para beber e vive em situação de miséria, e pasa a acreditar que ele na verdade, é um mendigo que habita o local. O filme lida com temas como poder e masculinidade tóxica, e também sobre a obsessão que as pessoas têm em querer pertencer a um grupo aonda não são aceitos. É uma trama que mais parece uma parábola sobre obsessão. Cage está naquele nível que seu fã clube adora, principalmente quando enlouquece e pira ( tem uma sequência onde ele está sob efeitos alucinógenos que é um presente para os fãs, com as caras e bocas de Cage). O filme todo acontece na praia e no estacionamento.