segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

A canga

"A canga", de Marcus Vilar (2001) Uma pequena jóia do cinema brasileiro, "A canga" é um drama primoroso dirigido pelo cineasta paraibano Marcus Vilar. Adaptado de um conto escrito pelo ator W.J. Solha, o filme tem uma fotografia de Walter Carvalho que emula grandes clássicos do cinema ambientados no sertão de sol escandante e de terra árida e morta. O elenco traz o melhor do cinema parabiano: Além de W.J. Solha, no papel do velho Ascenço, tem Zezita Mattos, como sua esposa, Everaldo Pontes, no papel do filho, casado com Veronica Cavalcanti. O outro filho de Ascêncio, interpretado por Servílio de Holanda, tem problemas mentais. O filme foi vencedor no Festival de Gramado 2001 com os prêmios de aquisição do Canal Brasil e de melhor curta do público, além de diversos outros prêmios em importantes festivais. O filme traz uma família de miseráveis, liderados por Ascênio, que na pior tradição de um coronel sem terra, mas ainda assim bruto e violento, chicoteia a sua família como se fossem animais, para poderem arar a terra seca, carregamdo uma canga de boi. O filme é uma metáfora sobre Poder, patriarcado e abuso totalitário. Quase sem diálogos, "A canga" traz enquadramentos e imagens duras e trágicas, recheadas por uma forte dramaturgia e um trabalho cênico de atores comprometidos com a história que estão contando.

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