domingo, 30 de julho de 2023

Ganja & Hess

"Ganja & Hess", de Bill Gunn (1973) Um dos filmes mais estranhos e originais a que assisti, "Ganja & Hess" foi lançado em 1973 como um exemplar do "Blackexploitation", mas o erro de marketing e a identidade autoral do cineasta fizeram com que o filme fosse rejeitado pelo público e engavetado. O seu roteirista e diretor negro Bill Gunn foi convidado pelos produtores para fazer uma versão sobre um vampiro negro, em cima do grande sucesso de "Blackula", que foi dirigido por um cineasta branco. Mas Bill Gunn rejeitou fazer um filme que trouxesse elementos de comédia e sexualidade gratuitas como eram comuns nos Blackexploitation, e decidiu fazer um filme experimental e com uma narrativa extremamente ousada. O filme foi redescoberto décadas depois e refilmado por Sike Lee em 2015, em "Da seed blood of Jesus.". "Ganja & Hess" foi exibido na semana da crítica em Cannes no ano de 1973. E para tornar sua aura ainda mais cult, foi protagonizado pelo mesmo ator de "The night of the living dead", de George Romero, Duane Jones. Duane Jones é o milionário doutor em antropologia Hess Green. Ele está fazendo uma pesquisa sobre a tribo africana Myrthia, uma antiga cultura africana que diziam, bebiam sangue humano. O seu motorista, Luther ( o cantor de soul Sam Waymon) é também nas horas vagas um Pastor de um Ministério. Quando Hess hospeda em sua mansão o seu assistente de pesquisa George Meda (Bill Gunn, o próprio diretor), esse relata que passou por um período de depressão e de tendências suicidas. Antes de se matar com um tiro, Meda esfaqueia Hess com uma adaga ancestral da tribo. Hess passa a ter desejo de sangue humanoe. bebe o sangue de Meda. Ao passar dos dias, Hess mata prostitutas, até que Ganja (Marlene Clark), esposa de Meda, chega procurando pelo marido. Com um visual único e fotografado pelo primeiro fotógrafo negro de um filme lançado em salas comerciais, James Hilton, "Ganja & Hess" tem momentos de puro devaneio estilístico, trazendo narrativa onirica, e até mesmo, linguagem da nouvella vague em sequências desfragmentadas e muita câmera na mão. Um filme que pode não agradar a todos, especialmente os que esperam um terror convencional, mas certamente, um filme a ser visto e discutido.

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