sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Como era gostoso o meu francês


"Como era gostoso o meu francês", de Nelson Pereira dos Santos. (1971)
Concorrendo nos prestigiados Festivais de Cannes e Berlin, "Como era gostoso o meu francês" tem um roteiro baseado em cartas de aventureiros, jesuítas e desbravadores, como Hans Staden, Padre Jesuíta e Jean de Léry. Ambientado em 1954, o filme narra a tragédia de Jean, um francês que tem noções de artilharia (Arduíno Colassanti) que é feito preso pelos índios Tupinambás, conhecidos pelas práticas canibais. Os tupinambás são amigos dos franceses, e inimigos dos índios Tupiniquins, amigos dos portugueses. Os tupinambás não acreditam que o francês seja de fato francês e acreditam que ele é português e decidem devorá-lo após 8 luas. Nesse período, ele aprende a cultura da tribo e se envolve amorosamente com a mulher do cacique, Seboipepe (Ana Maria Magalhães).
O filme é todo falado em Tupi, e os diálogos em tupi foram escritos pelo cineasta Humberto Mauro. Nelson Pereira filmou em Paraty, mesma cidade onde realizou seu filme anterior, 'Asilo muito louco".
Na época, os filmes brasileiros com temáticas que falassem da cultura e povo brasileiros eram incentivados pelo governo militar, mas a censura proibiu a sua exibição, por conta dos nus masculinos ( o elenco inteiro está totalmente nu em cena). Após alguns cortes e o entendimento que a representatividade da nudez indígena não representava pornografia, o filme foi liberado. O filme tem elementos da arte antropofágica brasileira, tão em voga na filmografia após o grande sucesso de "Macunaíma".
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