sábado, 4 de agosto de 2018

Invisível

"Invisible", de Pablo Giorgelli (2017) Co-escrito e dirigido pelo mesmo Cineasta argentino do ótimo drama "As acácias", "Invisível" acompanha o dilema moral de Ely: adolescente de 16 anos, morando com sua mãe depressiva que não sai de casa. De classe média baixa, Ely estuda mas não sente nenhuma simpatia pela escola e estudos; trabalha em uma clínica veterinária e tem como amante o filho do dono, de quem engravida. Ely se apavora e resolve fazer o aborto, que é proibido na Argentina. O tema do aborto já rendeu grandes filmes, entre eles: "4 meses, 3 semanas, 2 dias", o curta nacional "A passagem do cometa", o ucraniano "A gangue". O curioso é que o filme foi lançado em 2017, e em 2018, a Argentina deu um grande passo a favor da legalização do aborto, tendo sido aprovado em primeira instância pelos deputados, e agora cabendo a decisão pela câmera do Senado. O filme tem interpretações naturalistas, e poderia ter tido a assinatura dos irmãos Dardenne, que apontam sua câmera documental sobre a protagonista, seguindo ela para todos os lugares, íntima. Um filme humanista, "Invisível" prefere não apontar uma ideologia, apesar da decisão final da protagonista. O filme critica a industria do aborto clandestino ( a cena da médica contando o dinheiro é de uma frieza arrebatadora) e o Governo argentino, que proíbe terminantemente o aborto. Bela atuação de Mora Arenillas no papel principal. O filme competiu em Veneza.

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