terça-feira, 13 de junho de 2023

Os bravos nunca se calam

"Os bravos nunca se calam", de Márcio Schoenardie (2022) O cineasta gaúcho Marcio Schoenardie estréia em seu primeiro longa-metragem com roteiro escrito a seis mãos por Gabriel Faccini, Tiago Rezende e Tomas Fleck. O filme brinca com gêneros, trazendo drama familiar, comédia ácida, paródia e suspense de detetives com uma trama que lembra às vezes "Chinatown", com o envolvimento de políticos corruptos e empreiteiros em benefícios próprios de uma pequena cidade do sul do país. O jornalista Joaquim (José Rubens Chachá) escreve um livro onde denuncia que o prefeito está concomunado com uma construtora para derrubar uma fábrica e montar ali um cassino. Antes do lançamento do livro, seu escritório pega fogo e ele é encontrado morto. Seus dois filhos, a universitária Manoela (Duda Meneghetti) e Caio (Eduardo Mendes) se reencontram e precisam lidar com suas diferenças para entender as corcunstâncias da morte do pai, que acreditam, ter sido queima de arquivo. Caio tem 30 anos , é desempregado e passa o dia todo jogando em game. Manoela estuda jornalismo. Juntos, entrevistam os possíveis culpados, enquanto tentam driblar as suas diferenças. O filme traz um tipo de humor de situação muito comum aos filmes de Wes Anderson e Mika Kaurismaki, que é o humor da apatia, do patético da situação e da neutralidade das emoções, principalmente no personagem de Caio, que começa e termina o filme com a mesma expressão. Essa aposta em um humor caricato funciona às vezes, em outras traz estranheza. Mas o elenco vai compondo bem seus tipos requeridos pela direção. A se louvar a produção de uma comédia policialesca amientado e produzido pela equipe técnica de Porto Alegre, com atores locais. Um grande feito que merece atenção do público.

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