domingo, 4 de junho de 2023

O melhor lugar do mundo é agora

"O melhor lugar do mundo é agora", de Caco Ciocler (2021) "Você já teve que fazer uma cena feliz em um dia em que você estivesse muito triste?". Essa e outras perguntas são feitas pelo ator e diretor Caco Ciocler para diversos atores no formato online, pelo ZOom, durante o lockdown da pandemia de covid-19. Assim como o brilhante "Jogo de cena", de Eduardo Coutinho, onde o espectador não sabia o que era real ou ficção nos depoimentos dos atores, "O melhor lugar do mundo é agora" se apropria do mesmo recurso: o próprio Caco Ciocler entrevista numa persona de documentarista que não é ator, e tem curiosidade sobre o ofício do ator. Logo no início, aparece uma cartela com um depoimento do ex-presidente: "O cara quer fazer um filme, escrever um livro. Pode fazer, mas com dinheiro teu. Vende sua casa. Pede emprestado pro vizinho e vai fazer o filme que voc6e bem entender.", Jair Bolsonaro. O documentário foi realizado por Ciocler como um protetso ao desmonte da arte e cultura promovida pelo governo de Bolsonaro. Entrevistando Luciana Paes, Lorena da Silva, Marcio Vito, Georgette Fadel, Danilo Grangeia, entre outros, Ciocler deu um depoimento a um jornalista: “O filme nasceu de uma necessidade, uma reposta a um momento em que estávamos vivendo de pandemia e isolamento, em que a arte estava impossibilitada de acontecer, principalmente, o teatro e o cinema que são atividades artísticas que nascem do encontro, do coletivo, da interação. Minha necessidade naquele momento foi de reagir a isso, dizer alguma coisa sobre, de forma artística”. O próprios atores se enquadraram, iluminaram seu ambiente, uma alusão ao artista que precisa manter a sua arte, independente do orçamento ou das possibilidades técnicas. O mais divertido são os atores relatando as aulas de teatro e exercícios que no fundo, muito pouco traziam para a sua formação de ator e não vinham utilidade para processos internos da profissão.

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