quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Uma mulher extraordinária


"Nur eine frau", de Sherry Hormann (2019)
Hatun Aynur Surucu nasceu em 1982 e foi assassinada em 2005, pelo seu irmão caçula, Nuri, em Berlin. Aynuur (Almila Bagriacik, ótima) nasceu na Alemanha, mas a sua família migrou da Turquia para morar lá. Com 9 irmãos, Ayrun sofreu a vida toda nas mãos dos pais e irmãos rigorosamente religiosos, que seguiam todos os preceitos de costumes e hábitos dos muçulmanos. Obrigada a abandonar a escola na Alemanha e se casar com um primo aos 18 anos, Aynur, um ano depois, fugiu para Berlin para morar com sua família, acusando o marido de maus tratos. Ninguém de sua família acredita, Aynur dá a luz, e por falta de espaço em casa, ela diz que vai morar em um albergue para jovens mãos solteiras. Sua família a vê como prostituta, e a acusam de desonrar o sobrenome da família. Em 2005, seu irmão assassinou com tiros., em nome dos preceitos morais, acobertado pela justiça de sue país.
A cineasta Sherry Hormann já dirigiu filme sonde relata casos de abusos e crimes contra a mulher. Em 2009, lançou o "Flor do deserto", sobre uma jovem somaliana que pede refúgio em uma embaixada de Londres, após relatar crimes em seu país, como todas as meninas terem seu clitóris arrancados.
"Uma mulher extraordinária" já começa com Aynur narrando em off seu assassinato,e a partir daí, faz um relato de toda a sua existência. É um filme cruel, angustiante, violento, incômodo. Não é fácil de se ver o draa de Aynur que não encontra apoio nem com os familiares, mesmo sendo mulheres. Concorrendo em vários festivais, inclusive Tribeca, o filme é barra pesada, triste, um soco no estômago.

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