quarta-feira, 24 de abril de 2024

Holly

"Holly", de Fien Troch (2023) Que filme instigante e sedutor! "Holly" é um filme onde o espectador fica capturado pela atmosfera que flerta com o psicológico e o místico, e é difíicl pensar em como irá finalizar. Concorrendo no Festival de Veneza 2023, o filme é escrito e dirigido pela cineasta Fien Troch. A fotografia é do excelente Frank van den Eeden, de "Close", de Lukas Dhont. Ambos os filmes dependem muito do visual para criar quase que um mundo à parte, e "Holly" é favorecido imensamente pelas imagens deslumbrantes. Holly (Cathalina Geeraerts) tem 15 anos e estuda em uma escola onde ela pouco socializa com outros alunos, por conta de sua timidez e introversão. Seu melhor amigo é Bart, um adolescente que sofre bullying. Um dia, Holly decide ligar para a ecsola e dizer que não irá, pois acredita que algo ruim irá acontecer. De fato, um incêndio acontece e vários alunos morrem. Anna ( Greet Verstraete), a professora, se sensibiliza com Holly e a junta a um grupo de voluntários que Anna coordena, para dirimir os traumas dos pais e amigos dos mortos. As pessoas começam a acreditar que Holly tem poderes e realiza fé e milagres, e passam a pedir ajuda emocional. Holly passsa a cobrrar dinheiro, e Anna se revolta com esse ato pouco sensível. Ao mesmo tempo, Anna deseja engravidar e não consegue. O filme tem um roteiro bem construído, que deixa muitas questões em aberto. Mais do que tentar entender o legado de Holly e se ela realmente tem poderes místicos, o filme busca criar um olhar sobre o grande gap entre conexão entre as pessoas, tanto na relação jovens e adultos, quanto de abusadores e vítimas de abuso. O elenco é muito bom, e todos os 3 protagonistas trazem uma construção perfeita sobre os conflitos da alma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário