Aqui comento os filmes que assisto...mas sem muito saco de teorizar demais..somente comentando o básico: se gostei ou não hehehe (Comento apenas filmes vistos a partir de Outubro de 2010)
domingo, 29 de dezembro de 2019
Macho
"Macho", de Antonio Serrano (2016)
Comédia mexicana de grande sucesso, "Macho" infelizmente vai ficar conhecida pelo crime bárbaro que aconteceu com seu co-astro, Renato Lopez: 2 dias após o lançamento do filme nos cinemas mexicanos, o ator foi assassinado, junto de seu agente, por um cartel de traficantes em uma região rural próxima à capital. Eles estavam indo encontrar um suposto produtor que queria contratar Renato para uma campanha local. Não se sabe o motivo do crime. Muito triste, pois, pelo seu belo e divertido trabalho aqui na comédia, era possível perceber que Renato tinha uma grande carreira pela frente.
"Macho" é uma comédia que lida com a questão da aceitação da homossexualidade e de como as pessoas se apropriam do termo LGBTQI+ para ganhar dinheiro no mundo fashion.
Evaristo Jimenez ( Mario Rodarte, um grande astro mexicano) é o estilista de alta costura mais famoso e celebrado de sue país. Famoso pelo seu temperamento arrogante e por praticar bullying em suas modelos e sua equipe, Mario esconde um grande segredo, que somente sua assistente pessoal, Gigi, conhece: Evaristo é hetero e por debaixo dos panos, transa com suas clientes e modelos. Mais: se faz passar por gay para ganhar o apoio das entidades e comunidade LGBTQI+. Quando uma equipe documental grava sem querer uma transa de Evaristo com uma cliente, rapidamente Gigi propõe que Evaristo arrange um namorado para abafar possíveis fofocas. A isca é Sandro (Renato Lopez), o estagiário da Maison. O problema é que Sandro se apaixona de verdade por Evaristo, sem saber que na verdade, tudo faz parte de uma armação.
Aos olhos do politicamente correto, o filme é todo um erro: apropriação da cultura LGBTQI+ para poder ganhar dinheiro, homem que transa com todas as mulheres possíveis e muita homofobia. Fosse há uns anos atrás, o filme teria sido um sucesso. Uma possível refilmagem do longa teria que modernizar muito o foco que a sociedade cobra em relação ao universo queer e feminino, mas mesmo assim, é possível ver qualidades no filme: os atores estão ótimos e são bastante carismáticos. A produção é bem caprichada: direção de arte, figurinos, fotografia. Eu confesso que gargalhei bastante em alguns momentos, em outros fiquei irritado com o caminho do roteirista. Um filme polêmico sem dúvida, mas que merece ser visto justamente para poder ser reavaliado e discutido sobre os novos caminhos do entretenimento em relação às minorias retratadas nas telas do cinema.
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